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Até agora, 1,5 milhões de raios caíram no Paraná neste ano | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Até agora, 1,5 milhões de raios caíram no Paraná neste ano| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) tem um novo sistema em funcionamento, incrementado por ele e desenvolvido pela professora do Departamento de Engenharia da Produção da UFPR, Mariana Kleina, como produto do seu doutorado em Métodos Numéricos em Engenharia. Essa novidade, batizada de Sistema de Previsão Probabilística de Eventos de Raios (SIPPER) é capaz de prever o comportamento futuro de uma tempestade de raios, que se origina de um conjunto de raios. Isso significa que é possível evitar maiores estragos nas linhas de energia, assim como salvar vidas.

Segundo Mariana o sistema atua numa plataforma de visualização capaz de prever onde estarão as tempestades de raios daqui a uma hora, assim como traçar o deslocamento num período de três horas passadas. “A grande novidade é que agora é possível saber se haverá altos picos de correntes numa determinada região. Se sim, isso significa que por lá a descarga elétrica será alta. Caso isso ocorra perto de uma linha de energia, o alerta dá tempo para que medidas operacionais sejam tomadas, evitando apagões”, explica a doutora.

O novo recurso é alimentado pela Rede Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT) e pelo serviço da empresa finlandesa Vaisala GLD360 (Global Lightning Dataset). Desse modo, o Simepar obtém dados em tempo real do número médio de raios que as tempestades têm, a velocidade com que se deslocam, suas localizações e se seus picos de correntes apresentam riscos de descargas severas. De acordo com Mariana, antes da implantação não era possível ver o trajeto nem o pico das tempestades, além de que a área de análise era menor.

O meteorologista do Simepar, Marco Jusevicius, afirma que o sistema possibilita que análises de diversos eventos simultâneos no país todo sejam feitas. “As maiores demandas atuais são provenientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Quando há algum risco, nós emitimos um alerta”, explica. Segundo o Simepar, o sistema já é utilizado por gestores de empresas pela Petrobras, Copel e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Dados do Simepar mostram que 2015 foi o ano mais recente com maior incidência de raios no Paraná, totalizando em mais de cinco milhões. Esse ano o número caiu consideravelmente para 1,5 milhões até o mês de agosto. Segundo Jusevicius, a alta quantidade de raios se concentra nos primeiros e últimos três meses do ano.

De acordo com levantamento de mortes por raios feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), seis pessoas morreram por ano no Paraná vítimas de descargas elétricas entre 2000 e 2014. No dia 19 deste mês, um raio atingiu três construções na Rua Solimões, nas Mercês e causou grandes prejuízos.

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