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Sintomas

Mudanças na rotina da mulher, principalmente durante o período da menstruação, podem ser sinais de endometriose. Fique atenta ao ter:

• Dores excruciantes na região pélvica durante a menstruação, que a incapacitam e a impedem de trabalhar e estudar. Pacientes com endometriose têm uma produtividade 38% menor por causa da doença.

• Ocorrência de cólicas mesmo durante o uso de pílula anticoncepcional.

• A necessidade cada vez mais frequente de tomar remédios para cólica, em doses maiores e em intervalos menores.

• Alteração do ritmo intestinal, como diarreia ou, pelo contrário, ressecamento das fezes, além de vômito.

• Dores durante a relação sexual.

• Dificuldades para engravidar – 50% das mulheres inférteis acabam diagnosticadas com endometriose.

Fontes: Álvaro Pigatto Ceschin; Dilermando Pereira de Almeida Filho; Almir Urbanetz; e Estudo Global sobre a Saúde da Mulher (ONU)

Diagnóstico

O método mais comum é o da videolaparoscopia, que permite o diagnóstico efetivo e, ao mesmo tempo, a reparação do problema, através da eliminação dos focos por cauterização. Também há outros métodos que levam à suspeita do problema, como o exame de CA-125, um marcador para endometriose que existe no sangue; ressonância magnética e ultrassom endovaginal, além de exames de toque e outros que venham a ser exigidos pelo médico.

O remédio

O medicamento recém-lançado, de uso oral e diário, por um período de seis meses, pode, em alguns casos, até eliminar a necessidade de cirurgia, caso o médico consiga comprovar a doença por outros exames. O remédio só pode ser vendido mediante receita médica.

176 milhões

é o número de mulheres que sofrem de endometriose no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas.

É no início desta semana que chega às farmácias brasileiras um remédio para a endometriose que promete melhorar a forma de tratamento da doença. O medicamento, batizado de Allurene, já é comercializado na Europa e nos Estados Unidos e recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vi­­gilância Sanitária (Anvisa) em novembro do ano passado.

Já existem no mercado cerca de cinco medicamentos con­­tra a endometriose, inclusive distribuídos pela rede pública de saúde, mas eles costumam ter efeitos colaterais devastadores para a paciente. "Durante o tratamento com esses remédios, é comum a mulher ter sintomas de menopausa, como calores e secura vaginal, além de perda de massa óssea, o que leva à osteoporose. Por conta disso, o tempo máximo de tratamento não pode ultrapassar os seis meses", explica o ginecologista e diretor do Hospital Santa Cruz em Curitiba, Dilermando Pereira de Almeida Filho. Após esse período, no entanto, quando a mulher para de tomar o remédio, cerca de 40% dos focos da doença voltam a aparecer. No caso do remédio recém-aprovado, testes clínicos feitos mostraram que o medicamento, além de não causar sintomas de menopausa, age na matriz da endometriose, destruindo os focos e impedindo que voltem.

Hormônio

O princípio ativo do Allu­rene, o dienogeste, é à base de progesterona, hormônio que, entre outras funções, tem a capacidade de bloquear a produção de outro hormônio, o estrogênio. Responsável pelo crescimento do óvulo e por preparar o útero para a gestação, o estrogênio pode disparar um processo de crescimento anormal das células do endométrio, uma camada que reveste o útero e que, quando não ocorre a gravidez, é eliminada pela menstruação. Quem tem endometriose, porém, não elimina toda a camada, que volta para a região pélvica e inflama, gerando a dor.

O uso do Allurene para con­­trolar os sintomas da doença é recente na Europa e nos EUA. Há cinco anos, o princípio ativo dele era usado apenas para fins de terapia hormonal e contraceptivo (aliado a outro hormônio).

O novo remédio pode ajudar aproximadamente 20% das brasileiras em idade fértil que sofrem com a endometriose, caracterizada por fortes dores menstruais na região pélvica e até mesmo pela infertilidade.

InfertilidadeMulheres têm dificuldade para engravidar

Além da dor causada pela inflamação dos tecidos tomados pela endometriose, a paciente também pode ter infertilidade – estudos feitos com mulheres que não conseguem engravidar mostram que, em 50% dos casos, a causa é a doença. Como as mulheres tendem a subestimar as cólicas, quando decidem engravidar, em média por volta dos 35 anos, a endometriose já está em estágio avançado, uma vez que o problema costuma aparecer sete anos após a primeira menstruação, ao redor dos 19 anos.

Como explica o professor de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná Almir Urbanetz, é nas trompas que ocorre a fecundação e são elas as mais prejudicadas. "As trompas fazem pequenos movimentos que dão impulso aos espermatozóides e os ajudam a ir em direção ao óvulo. Na mulher que tem endometriose, porém, as trompas, tomadas por fragmentos de endométrio, se tornam pesadas e rígidas e não conseguem realizar essa função."

Ao primeiro sinal de que as cólicas não são algo normal, o médico ginecologista Álvaro Pigato Ceschin, presidente da Associação Paranaense de Endometriose, diz que é preciso tomar uma atitude. "É comum a mulher pensar que a cólica faz parte da vida dela, é algo normal, mas isso é errado. É algo que é preciso desmistificar e tratar. O normal é o desconforto passageiro. Se a dor chega ao ponto de mudar a rotina e impor sofrimento, é hora de procurar um médico", recomenda.

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