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O professor Marlus no estúdio: 35 minutos de aula gravada. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
O professor Marlus no estúdio: 35 minutos de aula gravada.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Vestindo uma extravagante camiseta alaranjada, Marlus Humberto Geronasso, mais conhecido como Professor Marlus, abre as gravações do Eureka, programa de tevê que está no ar desde 2003 e funciona também como plataforma de estudos preparatórios para o Exame Nacional de Ensino (Enem). A iniciativa é pioneira na promoção de aulões gratuitos na televisão brasileira.

Aulas gratuitas ocorrem até 22 de outubro

O Eureka é transmitido ao vivo na programação da TV Sinal, canal de televisão da Assembleia Legislativa do Paraná, de segunda à sexta-feira, das 14 h às 16h45, com conteúdos de Língua Portuguesa, Física, Biologia e tudo o que envolve o universo do exame. A E-Paraná também retransmite o programa, com reprises nos fins de semana.

Em 2015, as aulas começaram em 15 de junho e se estenderão até 22 de outubro. Ao todo, 25 professores e quatro tutores integram de modo voluntário a equipe do programa. Nos últimos dois dias de aulões (21 e 22 de outubro), a equipe transmitirá diretamente do Canal da Música, com entrada gratuita para dois mil estudantes oriundos de escolas públicas.

Na última semana, o Eureka chegou às 240 videoaulas, todas com acesso gratuito mediante cadastro no portal da IFPR.

A dinâmica do programa é despretensiosa. Basicamente são resolvidas as questões de edições anteriores. Um quadro interativo e algumas canetas coloridas dão o suporte para a bancada formada geralmente por três professores. Tudo é gravado nos estúdios do Instituto Federal do Paraná (IFPR), no Jardim das Américas, numa estrutura de não mais do que 30 metros quadrados.

Simples e eficaz, o Eureka é tido como referência nacional no formato. Na última terça-feira, por exemplo, foi dia de destrinchar o tema da redação de 2012, sobre o movimento migratório no Brasil do século 21. “Deixar a redação para a última hora é um erro. É preciso respeitar as palavras”, afirma Geronasso em mais um alerta dado em frente às câmeras.

Sua fala é enfática, limpa, e revela um controle incomum entre linguagem corporal e uma espécie de didática do afeto. Entre as principais referências teóricas, ele destaca Paulo Freire e Mahatma Gandhi. “Devemos sempre buscar trabalhar com firmeza e ternura. É o cotidiano de aula que forma o professor. E nunca devemos perder a visão social”, afirma.

Qualquer um que converse com Geronasso percebe aquilo que não é preciso que ele admita. Mas ele o faz. “Acredito que o Eureka é meu propósito de vida”, reconhece nos bastidores, um tanto emocionado, após a aula de 35 minutos correr sem nenhuma interrupção.

Formado em Jornalismo e Letras, teve a ideia de criar o Eureka em 1998. Tudo começou como um apanhado de conteúdo para o primeiro Enem, realizado naquele ano. Os aulões ocorriam no Colégio Estadual do Paraná (CEP) e, em pouco tempo, reuniam mais de cinco mil estudantes.

Em 2003, o Eureka transformou-se num programa de tevê de 30 minutos, e foi exibido até fevereiro de 2011 na E-Paraná. O professor nunca negou a frustração com o corte do programa da grade da emissora, que alegou “novos rumos editoriais”. Hoje a TV Sinal faz uma síntese do conteúdo produzido e repassa, duas horas de material diário.

Em 2012, o IFPR, órgão vinculado à UFPR, firmou um convênio com o projeto e passou a transmitir as aulas em dois canais de satélite, em um portal educacional e na TV da instituição.

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