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Implantação de ciclofaixa

A Avenida Marechal Floriano Peixoto deve passar por reformas nos próximos meses. Está prevista a implantação de uma ciclofaixa, com mão e contramão, no trecho entre o parque Náutico do Iguaçu e o viaduto sobre a Linha Verde. A pista será conectada com a malha de ciclovias da cidade, em um total de 22 quilômetros. O anúncio foi feito pelo prefeito Beto Richa nesta terça-feira (16). Leia matéria completa aqui

Os acidentes envolvendo pedestres e ciclistas e ônibus têm sido freqüentes em Curitiba, tendo registros mensais principalmente na região central da capital. Entre janeiro e agosto, foram registradas 71 colisões que resultaram em mortos e feridos. Os acidentes estão concentrados em três avenidas: Sete de Setembro, Marechal Floriano Peixoto e República Argentina.

O último acidente aconteceu na manhã de terça-feira (16) e envolveu uma mulher e um biarticulado na Avenida Sete de Setembro, em frente ao Shopping Estação, no Centro. Segundo o Hospital Cajuru, ela não sofreu nenhuma fratura e recebeu alta no final da tarde. Na segunda-feira (15), o autônomo Ademar de Borba, de 58 anos, foi atropelado por um biarticulado e morreu na hora. O acidente aconteceu por volta de meio-dia na Avenida República Argentina, no bairro Água Verde.

Segundo dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), os acidentes são causados em sua maioria pela pressa dos pedestres e pela imprudência dos ciclistas. Para o sargento Ronivaldo Brites Pires, do departamento de comunicação do BPTran, a falta de ciclovias leva muitos ciclistas a transitar pelas canaletas exclusivas para os ônibus. Nos oito primeiros meses deste ano, foram 415 acidentes com bicicletas, 34 envolvendo ônibus. Onze aconteceram dentro das canaletas exclusivas para os biarticulados. As colisões com os veículos do transporte coletivo representam 8,19% do total de acidentes.

As avenidas onde aconteceram os dois últimos acidentes estão entre as mais perigosas para os pedestres em Curitiba. A Avenida Sete de Setembro é a campeã, com 16 atropelamentos entre janeiro e agosto. Em segundo lugar está a Avenida Marechal Floriano Peixoto, onde 14 foram atropeladas. Na terceira posição, vem a Avenida República Argentina, com 11 acidentes.

Cuidados

Ao se trafegar de bicicleta, o correto é usar as vias normais, seguindo no mesmo sentido dos veículos. Nas vias onde há canaleta, são designadas faixas exclusivas para os veículos convencionais e que devem ser usadas também pelos ciclistas. O uso de capacete e joelheiras não é obrigatório. O BPTran, porém, recomenda a utilização dos equipamentos de segurança em qualquer percurso.

A imprudência também é uma das causas dos acidentes. De acordo com Pires, muitos ciclistas aproveitam que não são multados por atravessar o sinal vermelho. Eles se arriscam entre os carros para cruzar as vias mesmo com o trânsito fechado naquele sentido. "Eles olham e acham que o veículo está longe e que dá para passar. Mas muitas vezes, somos iludidos por nossa visão. Aí é que acontecem os acidentes", afirma.

O BPTran registrou entre janeiro e agosto 826 atropelamentos em Curitiba. Em 37 casos, os pedestres foram atingidos por ônibus. De acordo com Pires, a maior incidência de atropelamentos se dá nas proximidades dos pontos de parada dos veículos de transporte público: "A pessoa não quer perder alguns segundos indo até a faixa de pedestres e se arrisca atravessando no meio da pista".

O pedestre também se coloca em risco no momento de atravessar nas faixas. Muitas pessoas se posicionam na calçada, mas muito próximo da rua. Os ônibus têm retrovisores grandes que podem atingir os pedestres ainda na calçada. A pessoa também pode se desequilibrar e cair na frente de um veículo. O recomendado é que o pedestre aguarde na calçada, pelo menos um passo antes do meio fio. "O pedestre tem que se conscientizar. Na disputa entre a máquina e o homem, nós saímos perdendo. Nós não temos peças de reposição", alerta o sargento.

O BPTran não disponibilizou o número de acidentes do ano passado para uma comparação. A polícia de trânsito afirma, porém, que o número tem se mantido constante. "Mesmo assim, não são estatísticas para se comemorar. Temos que ficar alerta", disse Pires. Outros casos

Em 11 de setembro deste ano, o ciclista Elivelton Ramos dos Santos, 14, foi atropelado na canaleta paralela à Avenida Presidente Afonso Camargo, próximo ao Terminal do Capão da Imbuia. O adolescente pegou carona agarrado ao ônibus e acabou caindo. O veículo passou sobre Elivelton, que teve a cabeça esmagada e morreu na hora.

Marta Mileski Pietszck, 64, foi atropelada por um ônibus biarticulado na Avenida Sete de Setembro, no Centro, em 14 de junho. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu três horas após o acidente, no Hospital Evangélico. A mulher teria se desequilibrado sobre a calçada e caiu debaixo do coletivo que passava no momento. A vítima teve as pernas esmagadas pelo veículo.

O motociclista Cristiano José Lopes dos Santos, 20, morreu em 21 de maio. Ele bateu sua moto contra um biarticulado, no cruzamento das Avenidas Visconde de Guarapuava e Marechal Floriano Peixoto, no Centro da capital. Segundo testemunhas, o ônibus teria ultrapassado o sinal vermelho, entretanto, passageiros do ônibus desmentiram a versão, afirmando que o motorista não teve culpa.

Um biarticulado atingiu uma adolescente de 17 anosna esquina da Avenida Sete de Setembro com a Rua Lourenço Pinto, no Centro, em 13 de abril. Com a freada do ônibus, uma passageira de 51 anos caiu dentro do biarticulado e também teve ferimentos. Ambas foram encaminhadas para o Hospital Cajuru e se recuperaram.

Outro ciclista, Valdir Marques de Oliveira, 27, foi atropelado em 29 de março. Ele circulava de forma irregular pela canaleta da Avenida Sete de Setembro, no Batel. A vítima foi levada em estado grave para o Hospital Evangélico. O ciclista tentou passar no meio de dois ônibus, mas acabou batendo de frente com o biarticulado. Após o acidente, vários outros ciclistas continuaram a transitar pela canaleta do transporte coletivo.

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