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Os números da vacinação promovida pelo governo do estado contra a dengue assustam: em 19 dias, apenas 15,94% da população-alvo que vive nas cidades de risco foi imunizada com a primeira dose. A campanha em 164 unidades de saúde termina neste sábado (3) e não há previsão para o prazo ser estendido. A vacinação ocorre nas 30 cidades que mais registram casos de dengue no Paraná entre 2015 e 2016.

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As situações nas maiores cidades do interior em Paranaguá são as mais preocupantes. Em Maringá, apenas 7.783 pessoas foram imunizadas – o governo esperava vacinar 93.003. O dado representa apenas 8,37% do projetado inicialmente. Em Londrina, 10,58% da cota foi cumprida, com 12.862 pessoas imunizadas das 121.525 que estão dentro da classificação de risco, entre 15 e 27 anos. Em Paranaguá, cidade que registrou 30 mortes entre agosto de 2015 e julho de 2016, apenas 20,55% da população de risco se vacinou (18.768 pessoas da estimativa de 91.317).

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Cinco cidades, todas pequenas, ultrapassaram a marca de 50% do compromisso: Boa Vista da Aparecida, Tapira, Cruzeiro do Sul, Munhoz de Melo e São Jorge do Ivaí. São Sebastião da Amoreira, Leópolis, Iguaraçu e Santa Isabel do Ivaí quase alcançaram a metade da expectativa inicial, com mais de 40% do público-alvo vacinado.

Até o fim desta quarta-feira (31), o Paraná conseguiu imunizar 79.697 pessoas. A expectativa inicial da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) era vacinar 500 mil paranaenses entre 15 e 27 anos em 28 cidades e entre 9 e 44 anos em outras duas cidades (Paranaguá e Assaí).

Segundo João Luis Crivellaro, coordenador do programa estadual de imunização, os números preocupam o programa desenvolvido pelo estado contra a dengue. “A cobertura foi aquém do que imaginávamos: apenas 16%. A expectativa era de cumprirmos 80% ou 90% da meta de 500 mil vacinações”, afirma. De acordo com Crivellaro, o ineditismo da campanha e a faixa etária surgiram como impeditivo. “Em 28 municípios trabalhamos com expediente estendido focando os jovens, mas essa é uma faixa etária que costumeiramente não procura as unidades de saúde, a não ser em casos emergenciais. Por isso a nossa postura está sendo a de levar isso para as universidades, empresas, etc. Estamos indo atrás das pessoas”, explica.

“Uma boa cobertura vacinal é essencial para nossa estratégia de imunização. É importante porque traz segurança às pessoas fora da faixa de risco que convivem com os imunizados”, completa. Além disso, o coordenador alerta para a necessidade de manutenção das medidas de contenção de focos do mosquito. “Ainda temos o zika e a chikungunya, então precisamos estar muito atentos, ainda mais nessa época do ano, que registra temperaturas mais altas e muitas chuvas”, conclui.

Entre agosto de 2015 e julho de 2016, aproximadamente 56 mil casos e 61 mortes foram registradas por dengue no Paraná. Os 30 municípios da campanha, juntos, concentraram 80% das ocorrências, além de 93% dos casos graves e 82% das mortes.

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