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Polícia Federal cumpre mandados em Curitiba, Campo Grande (MS), Soracaba (SP) e Erechim (RS). | Polícia Federal/
Polícia Federal cumpre mandados em Curitiba, Campo Grande (MS), Soracaba (SP) e Erechim (RS).| Foto: Polícia Federal/

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (3) a segunda fase da Operação Research, que investiga desvio de R$ 7,3 milhões na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e que no último dia 15 levou 29 pessoas à prisão. O dinheiro, que era de bolsas de estudo e pesquisa, foi depositado em contas de uma cabeleireira, uma vendedora de joias, um advogado, entre outras pessoas - muitas sequer tinham curso universitário. Só uma família do Mato Grosso do Sul recebeu R$ 1,8 milhão das bolsas no período de quatro anos.

INFOGRÁFICO - veja como funcionava o esquema de desvio de bolsas da UFPR

Nesta nova etapa, o foco da investigação é a prisão do núcleo de pessoas que agia com o objetivo de desviar recursos públicos em conluio com duas servidoras públicas da universidade. Ambas trabalhavam na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da UFPR. Conceição Abadia de Abreu Mendonça, chefe do setor de Orçamento e Finanças, e Tânia Márcia Catapan, secretária administrativa, estão presas preventivamente desde 15 de fevereiro, e tiveram a soltura negada pela Justiça. Parentes das duas servidoras estão entre os investigados na segunda fase da Operação Reserch.

Cerca de 50 policiais federais e servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) e Corregedoria Geral da União (CGU) cumprem 19 mandados judiciais. Seis são mandados de busca e apreensão, cinco de prisão temporária e oito de condução coercitiva em Curitiba, Campo Grande (MS), Soracaba (SP) e Erechim (RS).

Ainda conforme a PF, também estão sendo cumpridos mandados de condução coercitiva contra outros três supostos bolsistas, antes desconhecidos da investigação, dentre outros envolvidos no esquema.

Fraude

Os investigados na operação, de acordo com a AGU, não atendiam aos requisitos básicos para receber as bolsas e sequer atuaram efetivamente em projetos de pesquisa. O controle das contas da UFPR chegou a ser alvo de crítica por parte da PF e do TCU, que na investigação considerou os desvios como “ilegalidades grosseiras”. Tanto que antes mesmo de a Operação Research ser deflagrada, a estudante de Jornalismo Débora Sögur Hous descobriu sozinha todo o esquema de fraude nas bolsas da universidade.

As suspeitas das irregularidades nos repasses das verbas de bolsas para pesquisa são alvos de investigações internas da universidade desde dezembro do ano passado, quando a instituição encaminhou as denúncias à Polícia Federal.

O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, admitiu que os sistemas de controle eram falhos. Mesmo assim, após a Operação Research, afirmou que “não vai descansar” até que o dinheiro seja devolvido à universidade.

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