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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal desmantelaram nesta quinta-feira (5) um esquema de lavagem de na região da fronteira do Brasil com o Paraguai. Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em seis municípios do Paraná (Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Matelândia, Cascavel, Toledo e Altônia) e em cidades de mais três estados (RS, SC, e SP).

Segundo as investigações, os criminosos chegaram a movimentar cerca de R$ 600 milhões. O grupo coordenado por quatro pessoas – três delas residentes em Foz do Iguaçu e uma em Cascavel – montou um esquema de pagamento feito a contrabandistas e traficantes através de compensação de valores. A movimentação envolvia uma rede de 87 empresas que tinham suas contas bancárias utilizadas por laranjas, além da participação de casas de câmbio no Paraguai.

A investigação começou há um ano, após indícios levantados pela Operação Sustenido (2014), onde um esquema semelhante também foi descoberto na fronteira. “Ao contrário da Sustenido, essa organização prestava serviço para várias pessoas do país inteiro. Havia um pouco maior de São Paulo, mas não era concentrado lá, o Brasil todo utilizava os serviços para que o dinheiro saísse de Minas Gerais e viessem pagar o fornecedor deles no Paraguai”, explicou o delegado-chefe da Polícia Federal, Ricardo Cesar Cubas.

No fim da manhã, já haviam sido efetivados seis dos sete mandados de prisão preventiva, 23 dos 34 pedidos de prisão temporária, e 17 dos 25 de condução coercitiva – quando a pessoa é ouvida e depois liberadas – além de 68 mandados de busca e apreensão. Outros mandados estão em andamento fora do estado e devem ser realizados ao longo do dia. Também foram apreendidos cinco veículos, uma arma de calibre 38, 10 munições, R$62.350,00 e U$400,00, além de vários aparelhos celulares, computadores e documentos. A operação envolveu 230 policiais.

Esquema

O grupo criminoso utilizava contas bancárias de empresas, em geral fictícias, para receber altos valores de pessoas físicas e jurídicas, interessadas em adquirir mercadorias (contrabando), drogas e cigarros provenientes do Paraguai, de diversos estados brasileiros. As empresas de diversas naturezas eram abertas em nomes de laranjas que, segundo o delegado da Receita Federal, Rafael Dolzan, tinham conhecimento da utilização ilícita.

Para remeter o dinheiro ilegal ao Paraguai, diferentes modalidades eram utilizadas. “O dinheiro do contrabando era depositado nas contas das empresas. Quando eram quantias menores, sacavam e atravessavam a ponte (Internacional da Amizade), e quando eram quantias maiores utilizavam o mesmo trabalho de dólar-cabo, que é um sistema de compensação”, explicou Cubas. No último sistema, o dinheiro não era movimentado fisicamente , e sim compensado por pessoas de confiança em cada país nas casas de câmbio, onde era repassado aos contrabandistas para o pagamento.

Entre os mandantes que não tiveram seus nomes divulgados estão; um empresário, um professor universitário e um doleiro. O quarto preso – residente em Cascavel – ainda tem suas funções sob investigação. Novas prisões podem ser efetuadas nos próximos dias.

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