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Integrantes do MLSM (Movimento Luta Social por Moradia) invadiram um prédio particular na alameda Barão de Limeira, na região central de São Paulo, no início da madrugada desta quinta-feira (28).

A ocupação do edifício Barão de Japy durou pouco mais de uma hora, frustrada pela Polícia Militar, que chegou rapidamente ao local e retirou o grupo do imóvel.

Os invasores entraram no edifício por meio de outro prédio ocupado pelo movimento, na avenida Duque de Caxias. Ao menos 40 pessoas pularam um muro entre os dois imóveis e expulsaram os dois vigilantes que dormiam no local. Duas bandeiras do MLSM foram estendidas nas janelas.

“Todo mundo aqui é trabalhador. Estamos ‘correndo’ com o nosso direito. Como vou pagar R$ 1.500 de aluguel?”, disse Amaro Joaquim Filho, 49, um dos líderes da invasão. “Esse prédio está vazio há mais ou menos dez anos e tem muito trabalhador na rua.”

O prédio, que já foi um hotel, está restaurado e tem placas de aluga-se na fachada. Para retirar os integrantes do movimento, os policiais militares arrombaram a porta e vistoriaram todos os cômodos do edifício. Os sem-teto concordaram em sair pacificamente para não haver confronto.

Um grupo de invasores escapou pelos fundos do prédio. Dezessete pessoas saíram pela frente e foram levadas ao 2° Distrito Policial, no Bom Retiro.

Durante a desocupação, uma mulher se assustou com a ação da Polícia Militar, correu e caiu na escadaria, segundo a versão dos sem-teto. De acordo com o capitão Luiz Humberto Caparroz, ela caiu antes da entrada da polícia. A mulher sofreu ferimentos nas pernas e foi levada pelo resgate do Corpo de Bombeiros para o Hospital das Clínicas.

Vinte policiais participaram da desocupação. Oito viaturas foram enviadas para o local. A alameda Barão de Limeira chegou a ser interditada durante uma hora para a ação da polícia.

Moradores de outros prédios invadidos na região protestaram contra a ação da PM, mas um dos líderes foi chamado para conversar com o capitão e a manifestação terminou rapidamente.

Após a desocupação, a polícia precisou conter discussão entre os sem-teto e uma moradora do prédio localizado em frente ao Barão de Japy. De roupão na calçada, ela chamou os invasores de vagabundos e gravou com o celular um protesto individual contra as ocupações de prédios na região.

“Aqui não tem vagabundo. Acordo às cinco horas para trabalhar”, rebateu Amaro, que é gesseiro e morou durante quatro meses no antigo Hotel Othon, também no centro.

Segundo ele, a Prefeitura de São Paulo prometeu moradias para os sem-teto, mas até agora não aconteceu nada.

“Se continuar assim, vamos ter mais ocupações até o final do ano”, prometeu.

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