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segurança pública

PM vai pelos ares para salvar vidas

Grupo que usa helicóptero para perseguir bandidos ou salvar vítimas está perto das 1,5 mil operações. Serviço começou com prova de fogo em uma das piores tragédias do Paraná

Helicóptero custou R$ 3,5 milhões, mas para o comandante ele se paga com os serviços prestados. | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Helicóptero custou R$ 3,5 milhões, mas para o comandante ele se paga com os serviços prestados. (Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo)

Enquanto você lê este texto, é provável que o Grupamento Aéreo da Polícia Militar do Paraná (Graer) tenha atingido a marca de 1,5 mil ações policiais. Um feito considerável, já que o grupo só completará cinco anos de existência em outubro. Há quinze dias, quando a reportagem visitou o aeroporto do Bacacheri, onde está sediado, o Graer havia registrado 1.498 trabalhos ligados à polícia, como fiscalizações ambientais, perseguições e cumprimento de mandado judicial. Mas o grupo também se aventura em resgates e ações médicas.

Policiamento aéreo faz a diferença; assista à reportagem

Esses números transformaram o grupo em um instrumento indispensável. Basta relembrar episódios recentes das operações em que o helicóptero Falcão foi usado para confirmar. Os voos durante a Copa de 2014 foram diários para monitorar de cima possíveis problemas durante o megaevento. Há três semanas, os policiais do Graer ouviram pelo rádio a ocorrência que vitimou o guarda municipal Roni Fernandes. Em um minuto, deixaram o seu hangar no aeroporto do Bacacheri e chegaram ao Centro, onde sobrevoaram a região para tentar localizar o suspeito do crime.

Essa velocidade faz toda diferença no dia a dia. Já fazia em março de 2011, numa das maiores tragédias do estado, no Litoral, quando os policiais ainda não contavam com a supercâmera, adquirida com recursos federais para a fiscalização da Copa.

Segundo o capitão Márcio Valim de Souza, um dos integrantes do grupo, naquela tragédia o Graer conseguiu resgatar em dois dias mais de 500 pessoas de dentro de casas levadas ou invadidas pela enxurrada. “Para nós é uma atividade diferente. No verão, quando salvamos vidas (de afogamentos) é uma experiência gratificante”, conta Valim.

Só em Antonina houve 10 mil desabrigados naquele período, com três mortos em razão das chuvas. Morretes e Paranaguá também sofreram com o desastre natural. “Naqueles seis meses de operação já se justificou o orçamento de um ano inteiro”, disse o tenente-coronel Adonis Nobor Furuushi.

Policiamento aéreo faz a diferença

Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas já passou das 1.500 operações em quase cinco anos de existência.

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Não tem preço

O investimento é alto para manter a excelência do Graer, que virou Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas em 2013. “É preciso se perguntar quanto custa para o estado e quanto vale para a sociedade”, diz Furuushi.

Para formar um oficial comandante, são de quatro a cinco anos em cursos fora da PM, que podem ser feitos em escolas civis, na aeronáutica ou em outras instituições. “Custa R$ 1 milhão por comandante”, diz. Hoje há seis comandantes de aeronaves em Curitiba, dois em Londrina e um em Guarapuava.

Mas não basta um comandante em cada aeronave. É preciso também o copiloto e, normalmente, um tripulante, responsável por manusear o controle da supercâmera. Embora, a equipe da aeronave seja relativamente pequena, é preciso um grupo pouco maior para manter a estrutura do batalhão. O efetivo é de 52 policiais e bombeiros militares. Cerca de 50% são oficiais.

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