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Acostumada com a chuva forte que castiga o litoral nessa época do ano, a população foi pega desprevenida, já que o temporal começou de madrugada, quando a maioria estava dormindo. No bairro Jardim América, em Morretes, a dona de casa Maria de Lourdes Alencar, de 84 anos, lamentava e ao mesmo tempo se conformava com a situação. "Foi chuva que Deus mandou. Na minha casa, nada mais presta", disse ela, que ficou presa dentro de casa, por ser cadeirante.

A neta Geanira Alencar, que mora em Paranaguá, foi avisada e correu para socorrer a avó. Como Maria de Lurdes é hipertensa, Geanira preferiu levá-la ao hospital, empurrando a cadeira de rodas pelas ruas alagadas.

O motorista Edson Sidval Cardoso, que reside na Rua Olavo Francisco Rebello, no Rocio, salvou apenas o colchão e algumas roupas de dentro de casa. Quando começou a erguer os móveis e eletrodomésticos durante a madrugada, a água chegou próximo da altura da janela, fazendo com que fogão, geladeira, outros eletrodomésticos e até a comida fossem totalmente perdidos. "Saí com água na altura do peito", contou.

O aposentado Jair Pereira, que reside na mesma rua, perdeu uma quantidade menor de móveis. Mesmo assim, correu para socorrer os dois cachorros. "Esperei até onde deu e deixei eles em cima da mesa. Não perdi alimentos nem a geladeira, mas muita coisa vai direto para o lixo. Estou tentando me consolar".

Abrigo público

Centenas de famílias desabrigadas foram encaminhadas para o Colé­gio Estadual Rocha Pombo. Uma das primeiras a chegar foi Marga­reta de Lara Rosa, com a filha Érica Cristina da Rosa e os netos João Vitor (3 anos), Letícia (2 anos) e Israel (1 ano). Eles saíram ainda de madrugada, quando foram acordados por volta das 3 horas por vizinhos. "Só deu tempo de sair e pegar as crianças. Em pouco tempo a água ultrapassou as janelas. Nem conseguimos voltar para erguer nada", diz.

Cansadas, as crianças dormiram em cima da mesa do refeitório da escola. A Defesa Civil municipal informou que solicitou colchões para atender as famílias.

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