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Em caso de queimadura por água-viva, o melhor é procurar por um guarda-vida e pedir vinagre | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Em caso de queimadura por água-viva, o melhor é procurar por um guarda-vida e pedir vinagre| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Saiba como agir

Em caso de queimadura por água-viva, não é preciso se desesperar. Alguns cuidados básicos podem evitar problemas. Confira as dicas do biólogo marinho Marcelo Szpilman e do oficial do Corpo de Bombeiros do Paraná Capitão Fernando Tratch:

1. Ao sentir a queimadura, saia da água e lave o local com bastante água do mar. Em hipótese alguma use água doce.

2. Não tente remover eventuais tentáculos presos à pele esfregando areia ou toalha. Se optar por fazer isso, use uma pinça depois de lavar.

3. Procure um posto dos guarda-vidas e peça vinagre. Coloque o líquido na região atingida por pelo menos dez minutos. Enxague mais uma vez com água do mar e reaplique o vinagre por mais 30 minutos.

4. Em caso de dores fortes e não desaparecimento dos sintomas (náuseas, ânsia de vômito, dificuldade de respirar), procure orientação médica. Resfriar o local da lesão, com aplicação de bolsas de gelo, pode reduzir a dor.

Os dias de sol e calor são um convite para um banho de mar. Quem está no Litoral do Paraná deve aproveitar esse verão, mas sem se descuidar. O perigo do mar, nesse caso, não é o risco de afogamento, mas sim a alta incidência de casos de queimaduras por águas-vivas.

INFOGRÁFICO: Veja como ocorre o ferimento e o número de acidentes de anos anteriores

Em 45 dias da Operação Verão 2014/2015, já foram registrados 2.105 casos, principalmente nos balneários de Pontal do Paraná e Matinhos.

A quantidade de casos não é um ponto fora da curva: tem sido a regra das últimas temporadas. Na temporada passada, no mesmo período, os bombeiros registraram 9,957 ocorrências. Entre 2012 e 2013, houve uma redução para 488, depois de 12.772 registros em 2011/2012. Nessa temporada, o total de casos registrados ultrapassou os 20 mil.

"Nas três últimas temporadas teve um grande surto, principalmente em Pontal e Matinhos", comenta o oficial de comunicação do Corpo de Bombeiros do Paraná Capitão Fernando Tratch. Ele explica que, apesar do número elevado, as queimaduras registradas são leves.

Cuidado básico

Para o capitão, há um cuidado básico que deve ser tomado por todos os banhistas, principalmente aqueles que estiverem com crianças e pessoas com reações alérgicas. "A primeira medida é perguntar no posto do guarda-vida se teve muitos casos de queimadura. Não vai prevenir, mas pelo menos a pessoa tem a noção de que naquele local pode acontecer um acidente", diz.

Observar o mar pode evitar imprevistos, porque as caravelas flutuam na superfície e são trazidas pelo vento. Já as águas-vivas são mais difíceis de identificar, pois ficam submersas. Em geral, elas procuram as águas mais quentes para se reproduzirem e ventos fortes e as correntes podem levá-las para pontos distintos da orla.

Em caso de queimadura, o melhor é procurar por um guarda-vida e pedir vinagre. No Paraná, todos os postos têm unidades do produto. O biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor do Instituto Ecológico Aqualung e autor do livro Seres Marinhos Perigosos (1998), recomenda que não se use água doce para a limpeza, nem que se tente remover os tentáculos com areia, toalha ou as mãos, já que é ali onde se concentra o veneno desses animais.

Manter a calma

"Ao perceber a sensação de queimadura, a vítima deve esforçar-se ao máximo para manter-se calma e conseguir sair da água o mais rápido possível, devido ao risco de choque e afogamento, sem, porém, tentar remover com as próprias mãos os tentáculos aderidos", recomenda Szpilman.

"Somente após chegar à terra firme é que haverá a necessidade da remoção cuidadosa dos tentáculos aderidos à pele, sem esfregar a região atingida, o que só pioraria a situação", acrescenta.

Mesmo depois de mortas, as águas-vivas e caravelas são perigosas. Então, todo cuidado é pouco.

O que são?

Águas-vivas e caravelas são animais que possuem o corpo gelatinoso e são peçonhentos. Eles usam seus tentáculos para caçar as presas, geralmente larvas, crustáceos e peixes. Nesses tentáculos, existem milhões de células chamadas de nematocistos, que contêm um fio tubular enrolado que pode ser projetado para fora, e um líquido venenoso. Dependendo da espécie, pode haver irritação, sensação de queimadura e até paralisia do sistema nervoso central. De quatro tipo, apenas dois são capazes de provocar lesões no homem.

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