A prefeitura do Rio estuda liberar para todos os táxis legalizados a operação nas áreas de embarque e desembarque nos aeroportos da cidade, como ocorreu durante a Rio+20. A suspensão do sistema Táxi Boa Praça, implantado há cinco meses no Galeão e há menos de um mês no Santos Dumont, será publicada amanhã no Diário Oficial. O prefeito Eduardo Paes ainda não bateu o martelo pelo fim do esquema que limita a circulação nos aeroportos a táxis credenciados pela Infraero, mas pediu que a Secretaria de Transportes apresente alternativas até julho.
"A via de acesso ao aeroporto é pública. Vamos aguardar uma opinião técnica, mas entendo que essa restrição que se cria à circulação de táxis no aeroporto não é adequada", disse Paes. Temendo que os táxis credenciados fossem insuficientes para atender à demanda da conferência, a prefeitura abriu os aeroportos para os cerca de 33 mil táxis que circulam hoje na cidade.
O Táxi Boa Praça foi criado por decreto em agosto de 2011, para tentar coibir episódios como as agressões das "máfias" dos aeroportos a outros taxistas. O sistema, entretanto, rendeu muitas críticas da categoria ao atual prefeito e agora candidato à reeleição. Do ponto de vista dos passageiros, a medida não resolveu a falta de táxis já que as cooperativas credenciadas foram impedidas de ampliar suas frotas e obtiveram liminar judicial para impedir novas licitações. O programa deveria chegar também à rodoviária Novo Rio.
Balanço
Ao apresentar um balanço do legado da Rio+20 para a cidade, Eduardo Paes admitiu que o atendimento ao turista nos aeroportos ainda é um gargalo para os grandes eventos. Ele atribuiu o episódio dos preços abusivos cobrados pela hotelaria carioca a falhas no sistema de licitação do Itamaraty para a escolha da agência de turismo oficial do evento, a Terramar, acusada de cobrar comissão de 30% sobre as diárias. Em relação aos altos preços na praça de alimentação do Riocentro, Paes afirmou que não cabe à prefeitura tabelar preços. "Isso é algo do tempo do Sarney. É um evento privado", retrucou.
Apesar de alguns percalços, a prefeitura considerou extremamente positiva a organização logística do evento. Para Paes, após receber 100 chefes de estado o Rio passou no teste para a Copa de 2014 e a Rio 2016. Durante a conferência da ONU, o turismo movimentou R$ 274 milhões na cidade. O total de 110 mil turistas recebidos no período superou em 50% a previsão inicial. Cerca de 45 mil pessoas estiveram no Riocentro e mais de um milhão participaram de eventos paralelos como a Cúpula dos Povos (300 mil) e Humanidade 2012 (210 mil). Os hotéis atingiram taxa de ocupação de 95% e os albergues ficaram 100% lotados.
Segundo a Coordenadoria de Engenharia e Tráfego do Rio (CET-Rio) houve redução de 21% no fluxo de veículos e de 27% no tempo de deslocamento nas principais vias da cidade nos dias da conferência. O caos no trânsito enfrentado na segunda (18) e terça (19) foi explicado por Paes pela falta de comunicação com o comitê organizador da Rio+20, que, segundo ele, avisou com apenas dois dias de antecedência a antecipação da vinda das delegações.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Em jogo ousado, Lula blinda ministros do PT e limita espaços do Centrão no governo
Proposta do Código Civil chega nesta quarta ao Senado trazendo riscos sociais e jurídicos
Método de aborto que CFM baniu é usado em corredor da morte e eutanásia de animais
Anteprojeto do novo Código Civil será apresentado no Senado nesta semana
ONGs do movimento negro pedem indenizações cada vez mais altas em processos judiciais
Deixe sua opinião