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Assembleia dos professores que definiu a paralisação da greve. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Assembleia dos professores que definiu a paralisação da greve.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Os professores estaduais suspenderam a greve iniciada no dia 17 de outubro em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (31) na ExpoUnimed, no bairro Campo Comprido, em Curitibaq. No último dia 22, em outra assembleia, os professores haviam deliberado por cinco votos de diferença pela continuidade da greve. O encontro reuniu 3 mil pessoas, entre professores e estudantes.

Estudantes deixam escolas e ocupam o Núcleo Regional de Educação em Curitiba

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A direção da APP-Sindicato já havia recomendado o fim da paralisação – condição estabelecida pelo governo do Paraná para retomar a negociação salarial com a categoria. Nesta segunda, novamente, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, discursou pelo fim da greve. Outros discursos, inflados pela opinião dos alunos presentes, tentaram emplacar a continuidade da paralisação.

Com o fim da greve, a categoria espera estabelecer um calendário de negociação com o governo. Segundo a APP, o governo dispõe de R$ 1,4 bilhão para o ano que vem, a serem destinados ao pagamento de progressões e promoções de servidores públicos. Hermes Leão considera que este é um bom ponto de partida para atender os outros itens da pauta dos professores e funcionários - que contempla, ainda, o reajuste da data-base, a regularização dos auxílios-alimentação e transporte e a equiparação ao salário mínimo regional dos vencimentos dos agentes I.

“O governo tem rubricas e receitas para serem usadas e ampliar este valor, de forma a atender toda a pauta. Nós queremos partir deste patamar e ampliar o debate. Não estamos escolhendo um direito pelo outro, ainda mais porque nós temos a média salarial mais baixa dos servidores vinculados ao Poder Executivo”, disse o presidente da APP.

A expectativa do sindicato é que esta negociação seja encerrada até novembro, para que as propostas provenientes do acordo sejam incluídas na Lei Orçamentária Anual de 2017. “Se a negociação não evoluir, nós podemos, evidentemente, deliberar por uma nova paralisação”, apontou Leão.

Na quinta-feira (27), após um novo encontro entre professores e o governo, a Casa Civil divulgou uma nota. “O Governo do Paraná reafirma a disposição de discutir com os sindicatos dos servidores do Estado do Paraná a data-base e a implantação das promoções e progressões tendo como parâmetro R$ 1,4 milhão, previstos na PLOA de 2017, dentro de um cronograma de negociação para a discussão de alternativas, antes da votação na Assembleia Legislativa. O reajuste do auxílio-transporte e a equiparação do salário dos funcionários ao piso regional também serão incluídos na pauta de discussão.”

Ocupações

Enquanto os professores deliberavam sobre os próximos passos da greve, os alunos secundaristas começam a sair das escolas ocupadas em Curitiba. Entretanto, agora eles ocupam o Núcleo Regional de Educação de Curitiba, no bairro São Francisco. A APP entende que o fim da greve dos professores não enfraquecerá o movimento dos secundaristas e garante que continua prestando apoio aos estudantes.

“A greve [dos professores e funcionários] começou quando a primeira ocupação do Paraná já tinha 15 dias. Reconhecemos a pauta dos estudantes como legítima. Eles se fortaleceram, mesmo em um momento de ânimos acirrados e diante da metodologia de pânico, usada por grupos como o MBL [Movimento Brasil Livre]. Um movimento não sustenta o outro, mas apoiamos os estudantes em sua luta”, disse Hermes Leão.

Alunos em pauta

Durante a reunião, os alunos pautaram a discussão em diversas oportunidades. Ao compasso que alguns discursos lembraram a luta dos secundaristas, os professores prestaram homenagem ao aluno morto numa escola de Santa Felicidade. A tomada do Núcleo Regional de Educação de Curitiba e o medo de que grupos contrários criminalizem o movimento também estiveram na conversa.

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