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Professores e trabalhadores técnico-administrativos de instituições públicas de ensino superior entraram em greve nesta quinta-feira (28), por tempo indeterminado, em vários Estados. Os profissionais querem pressionar o governo federal a ampliar os investimentos na educação pública. As informações são da Agência Brasil.

Na semana passada, o governo anunciou contingenciamento de recursos do Orçamento Geral da União 2015. Para a educação -setor que está entre as maiores reduções de gastos- serão cortados R$ 9,423 bilhões.

Entre as reivindicações dos funcionários, estão a reestruturação da carreira e a reposição de 27% das perdas salariais. O último reajuste foi em 2012.

Os docentes aprovaram a greve no dia 16 de maio, em reunião do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), em Brasília. De acordo com o sindicato, 19 instituições estão paralisadas. Entre elas, a Universidade Federal Fluminense e as federais de Alagoas, Sergipe, Tocantins, Pará, Amapá e Lavras (MG).

Servidores param em 39 universidades federais

A paralisação de docentes atinge 18 universidades e a de funcionários técnico-administrativos, 39. Com R$ 7,5 milhões em dívidas e uma das situações mais críticas, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)enfrenta a partir de segunda, 1º, greve dos funcionários. A paralisação vai afetar também o Hospital São Paulo. Em nota, a universidade disse entender a importância da pauta dos servidores. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a biblioteca ficou fechada nesta quinta e, a partir desta sexta (29), o restaurante universitário só servirá refeições para os alunos bolsistas.

“Houve uma expansão significativa das universidades federais, mas as condições da expansão são precárias. Tivemos, além de dificuldades que já existiam, um contingenciamento de recursos nos três primeiros meses do ano. As universidades não estão conseguindo pagar as suas contas”, diz o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo.

Os trabalhadores técnico-administrativos decidiram pela greve em plenária nacional na segunda-feira (25). Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), na última reunião feita com o governo, no dia 22 de maio, foram apresentadas posições do governo que “efetivamente não acatam a centralidade de nossas demandas”.

Paradas

Veja abaixo a lista de instituições federais com professores em greve, segundo o Andes:

1. Universidade Federal do Acre

2. Universidade Federal do Amapá

3. Universidade Federal Rural da Amazônia

4. Universidade Federal do Pará

5. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

6. Universidade Federal de Rondônia

7. Instituto Federal do Piauí

8. Universidade Federal Rural do Semiárido

9. Universidade Federal de Campina Grande - Patos

10. Universidade Federal de Alagoas

11. Universidade Federal de Sergipe

12. Universidade Federal da Paraíba

13. Universidade Federal do Oeste da Bahia

14. Universidade Federal do Mato Grosso

15. Universidade Federal do Mato Grosso - Rondonópolis

16. Universidade Federal da Grande Dourados

17. Universidade Federal de Tocantins

18. Universidade Federal Fluminense

A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa 11 sindicatos, entende que agora não é momento para a paralisação. “A negociação acabou de começar”, diz o presidente da federação, Eduardo Rolim. Segundo ele, o cronograma de diálogo estabelecido com o governo segue até julho.

Rolim explica que a categoria recebeu um reajuste que variou de 25% a 44% em 2012 e que o acordo tem validade de três anos, prazo que terminou em março. “Agora é necessário garantir um novo reajuste. Além disso, há necessidade de reestruturar a carreira. Para que haja reajuste no próximo ano, o governo precisa enviar a proposta para ser votada pelo Congresso até agosto”, afirma.

Com as greves, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) antecipou a reunião do conselho pleno, que ocorreria no dia 29 de julho para o dia 9 de junho.

O Ministério da Educação (MEC) publicou nota ontem na qual critica a decisão pela greve “sem que seja precedida por um amplo diálogo”. A pasta diz que a deflagração do movimento agora só faria sentido “quando estiverem esgotados os canais de negociação”.

“Normalmente, o poder público atende tanto quanto pode, segundo realidades conjunturais, recursos disponíveis, agendas e acordos consagrados, sempre tendo em vista o fim superior, que é a educação inclusiva, de qualidade”, diz a nota. O ministério destaca que segue disposto a dialogar com a comunidade das instituições federais.

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