Nos últimos oito meses, os 289 alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da Escola Estadual João Pedro Fernandes, em Marília, interior de São Paulo, foram submetidos a testes de inteligência. Destes, 11 foram considerados superdotados, com quociente acima de 130, quando a média oscila entre 100 e 110. Os estudantes selecionados vão receber atendimento pedagógico especial para desenvolver suas potencialidades.
O projeto, inédito na rede estadual de ensino, foi desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com o município. O objetivo é identificar precocemente alunos com potencial para serem futuras mentes brilhantes. A Diretoria Regional de Ensino de Bauru quer, agora, estender o projeto a toda a rede estadual.
Do universo de alunos submetidos ao teste de inteligência mais simples, 70 obtiveram aproveitamento acima de 90%, por isso passaram para a fase seguinte: o Teste de Wisc, um medidor internacional do quociente de inteligência, considerado mais complexo.
Entre os 11 selecionados como superdotados em razão do desempenho nesse teste, dois não eram considerados alunos acima da média pelos professores, o que, para os orientadores, reforça a importância do projeto.
De acordo com a diretora regional de Ensino Gina Sanchez, os escolhidos não precisam ser gênios, bastando que tenham altas habilidades numa determinada área. Ela já designou um professor com habilitação especializada para acompanhar esses estudantes.
Cada aluno terá um plano de ação individualizado, levando em conta seu potencial, o interesse pessoal e a faixa etária. Para todos, no entanto, já foi antecipada a oportunidade de aprender uma segunda língua, o inglês.
Bolsistas da Faculdade de Ciências da Unesp desenvolvem atividades extraclasse com esses alunos três vezes por semana. Os estudantes visitaram o laboratório de robótica da Unesp, foram ao Observatório de Astronomia, conheceram os bastidores do zoológico e interagiram com músicos da Banda Sinfônica de Marília. Uma das alunas superdotadas tocou três instrumentos sem que nunca tivesse tido aulas de música.
O projeto, desenvolvido pelas professoras Vera Capellini, do Departamento de Educação, e Olga Rolin Rodrigues, do Departamento de Psicologia da Unesp, tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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