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Elmo e Maria Lobão: de volta para a Bahia se a nova empresa se instalar | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Elmo e Maria Lobão: de volta para a Bahia se a nova empresa se instalar| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cronologia

Confira fatos que cercam a Subsea 7

Fim de 2007 – A Subsea adquire 2,6 mil hectares em Pontal para a instalação de uma unidade de revestimento de dutos marítimos.

Julho de 2010 – O Ministério Público Federal move ação civil pedindo que o processo seja conduzido pelo Ibama.

Outubro de 2010 – A Justiça Federal decide deixar o IAP comandar o procedimento.

Novembro de 2010 – O IAP diz que vai passar documentação e atas de audiências ao Ibama.

Fontes: IAP, Subsea e ação civil pública.

Em Pontal do Paraná, as opiniões se dividem entre o progresso e a preservação ambiental. A secretária Rosemeire Aparecida Jacinto, 38 anos, é da primeira opinião. "Acho bom a vinda da empresa porque gera empregos, principalmente indiretos, com hotéis melhores e outros negócios. É mais oportunidade para o povo que quase não tem opção aqui. Ou trabalha em restaurante ou faz trabalho de diarista".

A estudante de 17 anos, Letícia Mulhstdtt, discorda, iniciando um debate em uma loja de materiais de construção de Shangri-lá, balneário que será o mais afetado com a vinda da Subsea 7, pois abriga o acesso terrestre à empresa. Letícia diz que as discussões nas salas de aula dos colégios e faculdades da região têm pegado fogo e que a maioria dos estudantes teme pela preservação da natureza do município. "Na última audiência na Associação Banestado muitos estudantes questionaram a empresa sobre isso. E estão dizendo que é apenas por alguns anos. Então para que fazer tudo isso?" A preocupação de Letícia é legítima já que Pontal foi vítima de grandes expectativas que não se confirmaram no passado, de empresas que vieram e foram embora, mas a Subsea 7 garante que o projeto é permanente.

Perto dali, na Estrada de São Pedro do Pontal, via da antiga fazenda comprada pela Subsea 7 e que será recuperada pela em­­presa, o aposentado Elmo Bar­reto Lobão, 56 anos, reclama. Ele vem da Bahia e está há12 anos na região. Mora com a mãe, Maria Tavares Lobão, de 83 anos, e cria alguns animais. "Vai tirar o sossego da gente e aumentar a criminalidade. Já estou pensando em cair fora, voltar para a minha terra. Se agora, com a estrada de chão, o pessoal já passa correndo por aqui, imagine depois. E a vagabundagem? Não é que não te­­nha hoje, mas são poucos e eu conheço. O prefeito quer transformar isso (Pontal) em Para­naguá e eu acho horrível."

Para a empresária e administradora da Ilha do Mel, Suzi Albino, o empreendimento é um "tiro no pé". "Essa nossa região é uma área protegida pelo patrimônio e esse tipo de empreendimento é um risco a todo instante. Se tiver qualquer contaminação vai acabar batendo na Ilha do Mel, como ocorre com todo o lixo que é jogado na Baía de Pa­­ra­­naguá", diz. (FZM)

Colaborou Bianca Marchini

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