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Celulares apreendidos; polícia pede que vítimas se apresentem na delegacia | João Varella / Gazeta do Povo
Celulares apreendidos; polícia pede que vítimas se apresentem na delegacia| Foto: João Varella / Gazeta do Povo
  • Transeuntes passam em frente a unidade da Medeiros na Barão do Rio Branco; toldo da loja diz que celulares são comprados com nota

As quatro lojas Medeiros Celulares, Relojoaria e Chaveiro, localizadas na região central de Curitiba, são suspeitas de comprar celulares roubados e contrabandeados. Na quarta-feira (1º), a Polícia Civil e a Receita Federal apreenderam cerca de 300 aparelhos. Três das quatro lojas estavam fechadas na tarde desta quinta-feira (2) com promessa de reabertura na segunda-feira (6).

O superintendente do 1º Distrito Policial, Adolfo Rosevics, diz acreditar que a Medeiros atuava como receptadora de celulares roubados em Curitiba. A maioria dos celulares apreendidos tinha o número de série, espécie de chassi do telefone, raspado. De acordo com Rosevics, a loja comprava produto de roubo de ladrões e viciados em drogas.

Uma das vítimas foi um garçom de 19 anos que foi roubado no Centro na noite de segunda-feira (30). O rapaz, que prefere não ser identificado, relatou que quando caminhava com a namorada foi abordado por dois criminosos armados - um com pistola e outro com uma faca. Os bandidos levaram os dois celulares do casal e cerca de R$ 50.

O telefone do jovem, modelo Sony W380, foi localizado entre os 300 apreendidos pela polícia. O dinheiro e o celular da garota ainda não foram recuperados.

A polícia pede que quem teve o celular roubado ou extraviado faça um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial, localizado na Rua André de Barros, 671, esquina com Travessa da Lapa. "Para obter a identidade dos donos dos celulares com as operadoras, é só por meio judicial, o que pode demorar. Se a vítima vier aqui o processo será mais rápido e a nossa investigação passa a ter mais dados", declarou o superintendente. Os telefones da delegacia são 3233-6672 ou 3234-6672.

Segundo Rosevics, Donizete Sales de Medeiros, o proprietário das lojas, que tem 37 anos, será indiciado na Polícia Civil por lavagem de dinheiro e receptação. O policial não descarta a possibilidade de haver outros crimes, como formação de quadrilha. Pela Polícia Federal, Donizete deve responder por contrabando e documentação falsificada.

Comércio de objetos roubados

A Medeiros tem quatro pequenas lojas nas ruas Pedro Ivo, Marechal Floriano Peixoto, Barão do Rio Branco e João Negrão. Nesta tarde, apenas o endereço da João Negrão estava aberto. O toldo das lojas anuncia "compra e venda de celulares c/ nota fiscal".

Uma folha estava exposta na porta do posto da Barão do Rio Branco: "Estamos em manutenção", estava escrito na mensagem assinada pela "Direção". A mensagem também trazia dois telefones celulares de contato.

Uma atendente da loja disse que na segunda-feira as lojas abrirão normalmente. Em contato telefônico com a reportagem, um homem que se apresentou como "Johnny" no início da ligação e "Marcelo" no final, disse ser gerente da loja e que teria que despedir funcionários. "Tinha cinco funcionários, agora só vou ficar com uma. Acho que a polícia deveria cuidar de casos grandes", disse o homem, que se referia ao estabelecimento onde trabalha como "pequeno camelô". "Estão me acusando de contrabando por meia dúzia de relógios", afirmou.

Sobre as acusações da polícia, argumentou que cabe a eles o ônus da prova. "Ficaram de me passar um e-mail com os números dos telefones. Assim que me passarem eu mando as notas fiscais", prometeu.

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