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 | Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo

O vencedor da eleição para reitor na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, disse em sua primeira entrevista depois de eleito que a gestão do Hospital de Clínicas vai ser seu grande desafio. O professor, que foi diretor do setor de Ciências Jurídicas pelos últimos oito anos, diz que também será necessário refletir para descobrir porque suas propostas foram aprovadas em grande maioria por professores e estudantes, mas não pelos técnicos administrativos.

Leia a entrevista:

O sr. venceu com pouco mais de 51% dos votos, o que significa que quase metade dos votos foram para a outra chapa. A universidade está dividida?

É da tradição da universidade ter eleições com margens muito semelhantes a essa. Não vejo divisão na universidade. Claro que tem aqueles que às vezes fogem um pouco da curva na retórica e nas acusações. Mas a maneira como eu encaro é que a eleição terminou e a universidade precisa estar unida para enfrentar os desafios que teremos nos próximos anos. E o processo foi democrático, decidido pelas três categorias. Estou muito satisfeito com a aprovação que tivemos nos professores e nos alunos, precisamos conversar com os técnicos.

Qual razão pode ter dado a vitória à outra chapa entre os técnicos?

Fazer campanha para os professores é muito diferente de fazer campanha para os técnicos e os alunos. Percebi isso durante a campanha. E eram duas candidaturas com perfis diferentes. Nossa plataforma apontava mesmo muito para fora da universidade nas relações acadêmicas, institucionais, de modo que sensibilizava de maneira mais natural, na minha leitura, professores e estudantes. E a plataforma da chapa adversária se centrou bastante, o que também é legítimo, nos processos internos, na desburocratização. E essa é uma plataforma feita sob medida para os técnicos.

Vai ser possível usar essas ideias?

Sim, até porque não havia divergência nesse ponto. Também nos comprometemos com a desburocratização da universidade. Claro que pode ter havido outros fatores, talvez seja preciso refletir mais.

O sr. tem dito que o maior desafio será gerir o Hospital de Clínicas. O que a comunidade pode esperar?

Vamos precisar incrementar o diálogo interno no hospital. Vamos ter que repensar modelos de gestão. Vamos ter que ser ousados, tanto em relação ao município quanto em relação a outras fontes de financiamento - grande parte da crise do hospital é uma crise de falta de recursos. E um desafio quanto à nossa relação com a Ebserh [empresa do governo federal que administra os hospitais universitários], até para tentar aumentar a quantidade de pessoal, resolver os problemas de insumos. E temos que ter mais planejamento. Mas não tem solução mágica, vai ser um trabalho duro. É o principal desafio que temos, mas estamos animados.

O sr. já definiu nomes para a sua administração?

Ainda não definimos nada. Vamos começar um plano de transição e definir perfis para as pró-reitorias e cargos importantes da universidade.

Alguma chance de o governo não respeitar a eleição interna e nomear outra pessoa?

Não acredito. Não há nem precedente para isso nas universidades federais. A decisão da comunidade é soberana e acredito que o governo não tem nem motivo para tomar uma decisão diferente dessa.

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