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A Polícia Militar do Rio exonerou nesta segunda-feira (30) o tenente-coronel Marcos Netto do comando do 41º batalhão de polícia (Irajá). O oficial era o comandante dos policiais que metralharam e mataram cinco jovens que estavam dentro de um carro na madrugada do último domingo (29), em Irajá, zona norte do Rio.

O oficial é o mesmo que estava no comando do batalhão, em 29 de outubro deste ano, quando um sargento atirou contra dois ocupantes de uma moto. Na ocasião, o policial disse que confundiu um macaco hidráulico que um dos jovens segurava com uma arma e fez os disparos. O condutor perdeu o controle da moto e bateu em um muro. Thiago Guimarães Dingo 24, e Jorge Lucas Martins Paes, 17, morreram na hora.

Em nota, a Polícia Militar informou que a exoneração é consequência dos “últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando”.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, eximiu a Polícia Militar de qualquer responsabilidade sobre a morte dos cinco jovens metralhados por policiais na madrugada do último domingo (29). Para ele, a ação foi “uma demonstração do caráter que [os policiais envolvidos] têm”.

“O policial é fruto do meio. O policial está aqui no Rio de Janeiro, está transitando nas ruas do Rio de Janeiro. Ele vai e se submete a uma prova e é aprovado. A formação de caráter deles pode ser um problema. Porque atuar dessa maneira é uma maneira homicida. Contra o caráter que você adquiriu ao longo da sua vida, não há capacitação” afirmou, na manhã desta segunda-feira (30).

Ainda segundo Beltrame, não há problemas na capacitação e no acompanhamento do policial pela corporação.

“Essas pessoas foram avaliadas. Você não tem como, em um concurso público, saber o que essas pessoas vão fazer com uma arma na mão. Elas são treinadas em um princípio de que armas você só usa quando sua integridade física está em risco ou a de terceiros”, disse Beltrame.

Os cinco amigos mortos tinham idade entre 16 e 20 anos. Morreram após terem o que carro que estava metralhado por três policiais.

Na delegacia, os agentes informaram que estavam perseguindo um caminhão de bebidas que havia sido roubado nas imediações do Complexo da Lagartixa, na zona norte, onde os jovens residiam.

Ainda na versão dos agentes, os rapazes estariam escoltando o caminhão e fizeram disparos contra a viatura.

Os policiais Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual. O policial militar Fabio Pizza Oliveira da Silva foi preso por fraude processual, pois não fez disparos.

A fraude seria pela possível manipulação da cena do crime onde um pistola de brinquedo teria sido colocada próximo aos corpos, além de um revólver de calibre 38. A perícia não apontou a suposta troca de tiros alegada pelos agentes.

Quatro dos jovens serão enterrados na tarde desta segunda-feira (30).

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