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Aplicação de larvicida em bairro de Porto Alegre: estudo argentino pôs em xeque segurança do larvicida. | Cristine Rochol/ PMPA
Aplicação de larvicida em bairro de Porto Alegre: estudo argentino pôs em xeque segurança do larvicida.| Foto: Cristine Rochol/ PMPA

O governo do Rio Grande do Sul decidiu suspender temporariamente o uso de um larvicida indicado pelo Ministério da Saúde após um estudo argentino apontar a possibilidade de a substância potencializar a má-formação cerebral causada pelo vírus da zika. O produto, chamado Pyriproxyfen, é utilizado pelo Ministério da Saúde no combate ao mosquito Aedes aegypti.

A medida da gestão gaúcha foi anunciada neste sábado (13), dia em que o governo federal faz um mutirão contra o mosquito, com presença da presidente Dilma Rousseff, das Forças Armadas e ministros. “Decidimos suspender o uso do produto em água para consumo humano até que se tenha uma posição do Ministério da Saúde”, disse João Gabbardo dos Reis, secretário de Saúde do RS.

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Em nota, a secretaria afirma que o larvicida é enviado pelo ministério e “utilizado em pequena escala” no Estado, apenas em casos específicos, como chafarizes e vasos de cimento em cemitérios. “Quando não é possível evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes”, informa.

Procurado, o Ministério da Saúde disse que não há estudo epidemiológico que comprove a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia. O órgão afirma que utiliza apenas larvicidas recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Whopes (World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme). Também afirma que Anvisa certifica o produto.

“Ao contrário da relação entre o vírus zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de Pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico”, informa, em nota.

Sobre a suspensão do produto no Rio Grande do Sul, o ministério disse que o Estado “tem autonomia para utilizar o produto adquirido e distribuído pelo Ministério da Saúde ou desenvolver estratégias alternativas”.

A hipótese de que o produto agravaria a microcefalia foi feita pela organização médica argentina “Physicians in the Crop-Sprayed Towns” (médicos nas cidades com colheita pulverizada, em tradução livre).

Pernambuco

Em Pernambuco, estado com maior número de casos suspeitos de microcefalia, a Secretaria de Saúde diz que não há nada científico comprovado que relacione o Pyriproxyfen ao vírus e que “o estudo ainda está em caráter muito inicial”.

O governo pernambucano prepara um comunicado para publicar nas redes sociais informando que não há motivo para pânico e que são necessários estudos mais aprofundados antes de condenar o produto.

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