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Professores permanecem acampados no Centro Cívico, em Curitiba | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Professores permanecem acampados no Centro Cívico, em Curitiba| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em greve há 27 dias, professores da rede estadual de ensino vão se reunir na segunda-feira (9) para decidir sobre os rumos da mobilização. A assembleia está marcada para as 8h30 em Curitiba, no estádio da Vila Capanema, onde mais de 20 mil professores decidiram pela continuidade da greve na última quarta-feira.

Na pauta da nova assembleia está uma carta-compromisso assinada na manhã de sexta-feira (6) pelo governo do Estado e pela APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) na presença do desembargador Luiz Mateus de Lima, do Tribunal de Justiça do Estado.

R$ 12,2 milhões

Foi depositado pelo governo estadual até agora no Fundo Rotativo das escolas, dinheiro usado para despesas como reparos, materiais de limpeza e manutenção em geral. Parte do montante ajuda a cobrir a falta de repasses no fim de 2014.

Na quarta-feira, o magistrado determinou o fim da greve e o retorno imediato dos professores às salas de aula, sob pena de multa diária de R$ 20 mil. Além de notificar a APP-Sindicato sobre a decisão, Lima fez uma reunião informal com os dois lados para colaborar no avanço das negociações.

Comando

Preparados para voltar

O governo estadual voltou a divulgar nesta sexta-feira (6) uma relação de escolas que estariam em funcionamento, parcial ou total, apesar da greve. Cerca de 40 estariam abertas entre as 2.100 escolas. A maioria são escolas indígenas ou rurais.

No Colégio Estadual Jeocondo Waldemar Bobato, na área rural da cidade de Imbituva, a informação é de que os cerca de 50 professores estariam prontos para voltar às aulas já na segunda-feira. “Não houve aula, mas desde segunda-feira a escola está aberta. Foi um pedido do Núcleo de Educação”, conta a secretária da escola, Ingrid Pererira. Mais de 600 alunos estudam no local.

No Colégio Estadual Pedro Ernesto Garlet, na área rural de Cascavel, a maioria dos professores também não deve esperar o resultado da assembleia na segunda-feira para voltar às aulas. “São 14 professores, mas só um está em greve. Aqui os pais nem querem mais falar de greve”, explicou o diretor da escola, Domingos Cappellesso.

A preocupação agora é com a reposição das aulas. “Não sabemos como vai ficar a questão do transporte escolar, que é feito pelo município. Eles não vão ter como atender nos sábados, por exemplo”, disse. No local, 102 alunos, de um total de 164 estudantes, dependem dos ônibus escolares.

Reunidos até o início na noite de sexta-feira (6), o comando da greve ainda não decidiu qual recomendação fará à categoria na segunda-feira. A decisão será tomada após uma reunião marcada para o domingo, às 15 horas.

Avanços

Em entrevista sexta-feira (6) à reportagem, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, sinalizou que houve avanço na pauta. Um dos pontos positivos, segundo ele, foi a definição de datas para o pagamento do passivo relativo às progressões e promoções dos professores e funcionários. Até então, o governo estadual havia se comprometido a estabelecer um cronograma para o pagamento da dívida só a partir do mês de maio. Na carta-compromisso, o estado já define datas: o passivo seria pago até 31 de agosto para os funcionários e até 31 de outubro para os professores.

Outro avanço diz respeito à possibilidade de mudanças na Paranaprevidência, ponto considerado sensível também para outras categorias do serviço público. Na carta-compromisso, o governo estadual se compromete a fazer um debate amplo. “Há um entendimento de que qualquer mudança na Paraná Previdência não pode afetar a segurança da aposentadoria dos servidores a médio e longo prazo”, disse Leão.

A publicação no Diário Oficial das nomeações de 1.015 pedagogos também foi confirmada sexta-feira (6) pelo Executivo. Outras 463 pessoas aprovadas no último concurso para professor também devem ter seus nomes publicados até terça-feira.

Verba de custeio

A primeira cota extra do Fundo Rotativo, prometida pelo governo estadual para compensar as cotas não depositadas no ano passado, também já estaria na conta das escolas. Segundo o governo estadual, são R$ 12,2 milhões para as mais de 2,1 mil escolas. “O depósito do Fundo Rotativo já vai ajudar no início das aulas”, declarou Leão.

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