Seis erros que colaboraram para o desabamento de trecho da ciclovia no Rio

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O trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou no mar após ser atingido continha ao menos seis erros no projeto e/ou na estrutura. Dois homens caíram no mar revolto e morreram em 21 de abril. São eles:

Impacto de ondas: Os projetos básico e executivo da Ciclovia Tim Maia não previram o impacto das ondas no tabuleiro da estrutura, ignorando os efeitos de uma ressaca como a do dia 21 de abril sobre a pista. Os projetos previram apenas o choque das ondas com os pilares, conforme relatórios enviados ao Tribunal de Contas do Município (TCM).

Falta de amarração: Para especialistas, o tabuleiro, pelo menos no trecho onde houve o desabamento, não poderia estar apenas apoiado sobre as vigas. Era preciso um tipo de amarração para prender a pista aos pilares.

Vigas desalinhadas: Pelo menos três pontos da ciclovia apresentam vigas desalinhadas. Especialistas consultados pelo jornal consideram estranha a “imperfeição construtiva”, porque foram vistas num trecho distante da Gruta da Imprensa, onde parte da ciclovia ruiu. Para eles, a curvatura da passarela pode ter influenciado este desalinhamento.

Projeto executivo: As datas que constam no projeto executivo da ciclovia são posteriores à do início da obra, em junho de 2014, indicando que o documento pode ter sido feito depois da construção estar em andamento. O procedimento não é ilegal, mas é criticado por profissionais do Crea.

Trincas e depressões: Durante as obras, em julho do ano passado, o TCM constatou a existência de trincas e depressões no piso. No entanto, a Geo-Rio, responsável pela fiscalização, não respondeu aos questionamentos do tribunal, como consta no relatório da visita seguinte, realizada em outubro de 2015.

Sem protocolo: A prefeitura não tinha um protocolo de ação para interditar a pista da ciclovia Tim Maia em caso de ressacas. A atitude poderia ter evitados as duas mortes.