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Vereadores de Curitiba que integram a Comissão Especial da Copa do Mundo de 2014 resolveram ficar de fora das polêmicas envolvendo a realização do Mundial na cidade, no ano passado. O relatório final dos trabalhos do grupo foi aprovado na tarde de ontem durante uma reunião de menos de meia hora e com a presença de cinco dos nove membros da comissão especial, o mínimo necessário para a votação do documento. O relatório foi aprovado por unanimidade.

Questionado sobre as polêmicas do Mundial, o vereador Cristiano Santos (PV), relator da comissão especial da Câmara de Curitiba, disse que foi feito apenas um “acompanhamento” da Copa do Mundo na cidade. “Não tínhamos um papel fiscalizatório. Faço uma avaliação positiva do evento em Curitiba. As obras sofreram atraso, todo mundo sabe, mas foram feitas. Se não fosse a Copa, nem essas obras teríamos”, avalia.

O imbróglio em torno das desapropriações na região da Arena da Baixada, que recebeu os quatro jogos do Mundial, foi incluído como um “anexo” do relatório. “É uma questão que foi parar no Judiciário. Então não temos como avançar nisso, dizer quem está certo e quem está errado”, explica o relator.

A aprovação do relatório no Legislativo ocorre cerca de um mês após a divulgação de um documento do Tribunal de Contas do Estado que apontou atrasos nas obras, gerando um aumento de cerca de 13% nos custos. Pelo relatório do órgão estadual, nenhuma das obras programadas foi completamente entregue até o início do Mundial, embora parte estivesse em “condições de uso”.

Potencial construtivo

O vereador Jorge Bernardi (PDT) também conseguiu a aprovação de um “anexo” ao relatório para sugerir que o potencial construtivo concedido pelo município de Curitiba ao Clube Atlético Paranaense também beneficiasse outros dois clubes “centenários da cidade”, o Coritiba e o Paraná Clube. “Com a doação ao Atlético, o município criou um desequilíbrio entre os três principais clubes da capital, que são patrimônios imateriais de Curitiba”, argumenta o pedetista.

A sugestão foi acatada pelos demais membros da comissão especial, com a ressalva do presidente, vereador Paulo Rink (PPS). “O fato de constar o anexo no relatório não quer dizer que a prefeitura seja obrigada a fazer essas doações”, comenta ele.

Bernardi lembra que, para reformar a Arena da Baixada, o Atlético ganhou 257.143 cotas de potencial construtivo, o que representa quase R$ 159 milhões. “Não tem custo nenhum. Você cria um dinheiro virtual em cima de um imóvel”, defende o vereador.

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