• Carregando...
 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A prefeitura de Curitiba fracassou na primeira tentativa de encerrar a greve dos servidores da saúde, deflagrada nesta segunda-feira (30). Propostas colocadas pelo Executivo na mesa de negociações desta segunda-feira não foram suficientes para os grevistas, que decidiram em assembleia manter a paralisação. O principal entrave, segundo Ana Paula Cozzolino, coordenadora geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), é a falta de credibilidade do Município, que já não teria cumprido acordo anterior, relativo ao pagamento do retroativo do piso salarial.

Greve prejudica atendimento em postos de saúde de Curitiba

Paralisação, segundo sindicato, ocorre por conta de acordos salariais não pagos; prefeitura diz que grevistas não cumprem contingente mínimo de 20% em unidades básicas e 12 profissionais nas UPAs 24 Horas

Leia a matéria completa

O novo salário dos quase 7,5 mil servidores da saúde entrou em vigor em dezembro do ano passado, mas, desde então, o reajuste não caiu no contracheque dos trabalhadores. A primeira greve da categoria gerada por causa do novo piso foi deflagrada em fevereiro. Naquele mês, os servidores ficaram apenas dois dias de braços cruzados, encerrando a greve com a promessa de que o pagamento do retroativo seria efetuado no dia 25 de março, o que acabou não ocorrendo. Agora, a Prefeitura de Curitiba propõe que o pagamento do reajuste referente aos quatro meses seja feito no dia 10 de abril. Na reunião da semana passada, a data proposta era 17 de abril.

“A partir do momento que o dinheiro cair na conta, nós podemos voltar ao trabalho. A prefeitura não tem mais credibilidade”, afirma Ana Paula. A soma do pagamento, segundo o Executivo, representaria cerca de R$ 5 milhões.

Também no mês de abril, a prefeitura se compromete a pagar o restante das horas extras devidas aos servidores. Cerca de 60% das horas extras do ano passado não foram pagas.

Outro problema levantado pelo Sismuc é a desorganização no pagamento de uma gratificação chamada IDQ (Incentivo de Desenvolvimento de Qualidade). “A gratificação “sumiu” no mês de março. Alguns até receberam, mas outros não receberam nada e outros receberam valores menores. A prefeitura reconheceu que houve um erro administrativo, mas o pagamento correto só vai sair em abril, quando deveria sair imediatamente”, reclama Ana Paula.

Efeitos

Prefeitura e grevistas apresentaram números diferentes nesta segunda-feira sobre o atendimento ao público nas 109 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade. Pelo acordo, os grevistas devem manter, durante a paralisação, ao menos 20% de trabalhadores atuando em todas as UBSs e ao menos 12 profissionais em todas as UPAs. Para a prefeitura, os grevistas não cumpriram o acordo. Já o Sismuc sustenta que a categoria se organizou para obedecer a escala mínima de trabalho.

No primeiro dia de greve da categoria, alguns hospitais da cidade já sentiram uma procura maior por atendimento. No Hospital Pequeno Príncipe, houve registro de espera de até 8 horas por atendimento. No pronto-socorro do Hospital do Trabalhador, o aumento foi de cerca de 10%.

A Secretaria Municipal de Saúde orienta que, em casos menos graves, que não representem risco, o público não vá às unidades municipais, para que se dê prioridade aos atendimentos de urgência e emergência. Normalmente, cerca de 80% dos atendimentos feitos nas unidades municipais, segundo a pasta, não são de casos graves.

Nova mobilização

Nesta terça-feira (31), os grevistas devem fazer uma nova mobilização. O encontro dos servidores está marcado para as 9 horas, em frente ao prédio da prefeitura. Nesta segunda-feira, os servidores fizeram uma passeata durante a manhã, da Praça Santos Andrade até a prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico.

  • Categoria iniciou um protesto na Praça Santos Andrade
  • E se deslocaram por ruas do Centro, até a Prefeitura de Curitiba
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]