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Cinzas nas estrelas

Outra forma até agora pouco convencional de dizer adeus aos mortos é mandar as cinzas para o espaço. Mas uma empresa chamada Celestis promete tornar esse método mais comum. Quem quiser e puder pagar cerca de US$ 9 mil (cerca de R$ 18 mil) pode colocar as cinzas em uma cápsula e mandá-las para a Lua. A empresa tem convênio com a Agência Espacial Americana (Nasa), que faz os traslados em seus foguetes. O lançamento depende da disponibilidade da Nasa. A Vaticano já recebeu pessoas interessadas no serviço, mas por enquanto nenhum funeral espacial foi fechado.

  • Veja como é o processo de transformação de cinzas humanas em diamantes

Após 14 anos da morte do marido, a viúva Leroy Gaspar da Silva, 73 anos, resolveu dar um destino mais nobre ao companheiro. Em dezembro do ano passado, tirou-o do cemitério, mandou cremar os ossos e enviou as cinzas para uma fábrica na Suíça. Seis meses depois recebeu uma pedra preciosa. Este é o primeiro diamante de cinzas humanas do Brasil e foi entregue à família ontem em uma cerimônia na capela da Funerária Vaticano. O marido, Jorge Gaspar da Silva, militar da reserva, faleceu em 1994, aos 61 anos, devido a problemas cardíacos. Com o passar dos anos, dona Leroy percebeu que as visitas ao companheiro ficavam mais raras. Para não deixá-lo abandonado, ela decidiu cremá-lo e jogar as cinzas no local preferido de Silva. Foi quando recebeu a proposta da funerária. Parte das cinzas iria para o Jockey Club, que o militar adorava frequentar, e o restante se transformaria em um diamante de 0,25 quilate para a lembrança da família.

A viúva não hesitou em prestar a homenagem. A única pessoa da família que não queria tirar Silva do cemitério foi o neto Leandro Henrique, 23 anos. Ele seguiu a carreira do avô e ambos eram muito apegados. O túmulo era um local de lembrança. Mesmo não concordando, acatou a decisão da avó, mas não participou da cerimônia. O mimo ficará com a filha, a administradora Lygia Cardoso, 50 anos, mãe de Leandro, que será a guardiã da joia. As cinzas do pai, agora um diamante, se transformarão em um pingente. "É muito emocionante a sensação de tê-lo novamente por perto", diz a filha.

A técnica de transformar carbono em diamante não é nova, mas foi só em 2004 que a empresa suíça Algordanza começou o processo com cinzas humanas. E para quem não acredita nas maravilhas da química, a funerária exibe com orgulho o certificado ISO 9001, que comprova a lisura do método. Foram quatro anos de negociação com a Algordanza para firmar a parceria. A partir do feriado de Finados de 2008, a Vaticano se tornou a única representante da empresa suíça na América Latina.

O processo

De uma pessoa com cerca de 80 kg restam aproximadamente 2 kg de cinzas dos ossos. Para o processo de fabricação do diamante são necessários 500 gramas. Após a cremação, as cinzas ganham um número de série e são acomodadas em uma urna. Depois seguem de avião para Chur, na Suíça. Lá o material é submetido a um processo químico que elimina outros componentes e deixa somente o carbono. O que a natureza pode demorar milhões de anos para fazer leva em média três meses na Algordanza. No fim, a pedra pode ser lapidada de acordo com o gosto do cliente. O mimo sai caro. A menor joia, de 0,25 quilate, custa cerca de R$ 12 mil. Já um quilate não sai por menos de R$ 50 mil. No mercado, o diamante das cinzas de seu Jorge vale a metade do preço pago.

De cabelos

No mês passado, o Rei Pelé presenteou sua mãe, Celeste Arantes, com um diamante feito de seus cabelos. O ex-jogador enviou suas madeixas a uma empresa na Espanha que transformou os fios em uma pedra preciosa. Na ocasião, a mãe do ex-jogador ficou muito emocionada e doou o diamante ao Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. A instituição ainda não recebeu a pedra, mas deve ocorrer uma cerimônia de entrega.

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