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O Sindicato dos Delegados do Paraná (Sidepol) articula a proposição de um projeto de lei de iniciativa popular que visa a restrição de repasses do governo estadual ao Ministério Público, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa. A iniciativa defende ainda o “reentesouramento” dos valores recebidos por juízes, promotores, procuradores e conselheiros a título de “auxílios”. Com isso, sobraria mais dinheiro para investimentos em segurança. O estado poderia, por exemplo, acelerar a contratação de delegados aprovados no último concurso público – cerca de 200 aguardam convocação.

“Enquanto não se contrata novos profissionais, outros poderes estão recebendo os mais inusitados auxílios, até de forma retroativa. Alguns poderes nadam em dinheiro, enquanto um serviço básico, como a segurança pública, está à deriva, representando um risco à sociedade”, disse o presidente do sindicato, Cláudio Marques Rolim e Silva.

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A percepção é a mesma de policiais e delegados consultados pela reportagem. Um soldado da PM revelou que só conseguiu consertar a viatura em que trabalha graças à população. “Comerciantes fizeram uma vaquinha para comprar as peças, que o mecânico trocou de graça. Enquanto isso, só o auxílio-moradia de um juiz ou promotor é maior do que meu soldo”, apontou.

Um delegado chamou a atenção para a situação de improviso nas carceragens e delegacias, onde chega a faltar materiais de escritório. “O Judiciário constrói obras faraônicas. Tem fórum de mármore, com cadeiras de couro, enquanto que, para a polícia, falta tudo”, disse. “Com as carreiras pouco atrativas, vai haver uma debandada da polícia. O cenário é assustador”, acrescentou.

Além da falta de delegados, preocupa a defasagem no número de escrivães. Hoje, o Paraná tem apenas 763 desses profissionais – mais de um terço deles, lotados na região de Curitiba. No interior, as delegacias nomeiam funcionários cedidos pelas prefeituras como escrivães ad hoc ou os próprios delegados chegam a fazer este serviço. (FA)

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