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Doações

Há vários pontos de coleta de doações para as pessoas afetadas pela destruição causada pela chuva no litoral do Paraná. Saiba como ajudar e onde levar sua doação

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O desastre natural ocorrido na região de Morretes e Antonina, no litoral paranaense, nos últimos dias, é semelhante à tragédia registrada em janeiro passado na região serrana do Rio de Janeiro. A formação geológica da área em que foi registrado o maior desastre natural do país, no começo do ano, tem as mesmas características da região atingida aqui no Paraná – as duas localidades fazem parte da mesma Serra do Mar.

De acordo com o Simepar, entre quinta e sexta-feira da semana passada, choveu na região da serra paranaense cerca de 340 milímetros. A média na região para todo o mês de março é de 270 milímetros. A chuva foi forte e contínua. "Em três horas choveu quase 100 milímetros", explica o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib. Segundo ele, um vento constante durante vários dias alimentou a formação de nebulosidade em cima da serra, provocando uma precipitação sem rajadas de vento e raios, mas em grande quantidade.

As chuvas não foram mais intensas, por exemplo, do que as ocorridas em Guaratuba, em março do ano passado. A precipitação registrada na cidade na época – cerca de 500 milímetros – alagou vários pontos do município, porém, sem o mesmo poder de destruição. "Como a cidade é litorânea, houve alagamentos, mas não deslizamentos", diz Reinaldo Kneib.

O geólogo Renato Lima, diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia, em Morretes, as condições do desastre. Segundo ele, houve na região dois tipos de movimentação no solo: o deslizamento e o fluxo, este último com um grande poder de destruição. "O fluxo é um deslocamento de água, lama e detritos que alcança alta velocidade. Nesta região [o bairro de Laranjeiras, em Morretes, onde 20 casas foram destruídas], o fluxo deve ter atingido 30 metros por segundo com um alcance de 200 metros", conta.

Umidade

O engenheiro ambiental Eduardo Gobbi, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), afirma que a umidade na Serra do Mar nos últimos três anos contribui para as proporções do atual desastre. "O encharcamento do solo não acontece do dia para a noite. Demora longos períodos", pondera. Como no Paraná a Serra do Mar tem alto declive, quando a chuva intensa encontra o solo encharcado, produz um efeito devastador, principalmente em áreas de ocupações irregular."Independentemente de ser um desastre natural ou não, o clima está mudando.

Temos de tentar juntar as inteligências para dar respostas mais rápidas e tentar entender melhor esses desastres. A avaliação tem de levar em conta todas as questões", diz Gobbi.

O engenheiro ambiental defende a implantação de um radar meteorológico na região litorânea do estado. O equipamento do Simepar, em Teixeira Soares (Sudeste do estado), não alcança as nuvens que se formam na serra.

Previsão

De acordo com o Simepar, ainda há previsão de chuva fraca para o litoral paranaense até segunda-feira. A partir de terça-feira a tendência é de que o tempo fique firme na região.

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