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Relatório de Inteligência da Polícia Federal indica que o grupo do colombiano Jorge Rincon-Ordonez, o Jorge Panamá, capturado na semana passada pela Operação Aquário e apontado como sucessor do supertraficante Juan Carlos Ramirez Abadía, acertava detalhes finais da compra de um terreno em Bragança Paulista, no interior do Estado. A PF suspeita que Ordonez pretendia construir dois hangares para armazenamento e remessa de "grandes quantidades" de entorpecentes com destino aos Estados Unidos, Europa e África.

O relatório, nº 10/09, foi preparado com base em interceptações telefônicas realizadas em 23 de dezembro. O grampo pegou integrantes da organização, que a PF identificou como Willian Enciso Suares e Alexandre Felipe Lopes, discutindo a localização do imóvel.

No dia 22 de janeiro, às 14h19, os dois investigados retomam o assunto dos hangares. Um deles diz que "o hangar em Curitiba está muito longe, é melhor em Bragança, com o capitão.. ". Ordonez foi detido no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, às 5 horas da manhã de sexta-feira. Além dele foram presos outros integrantes do grupo. Três colaboradores do colombiano estão foragidos.

Outra escuta da Aquário, de 6 de janeiro, às 16h13, revela que parceiros de Ordonez queriam marcar "uma reunião com o presidente do Banco de Andorra, em Montevidéu/Uruguai, para possível abertura de conta". Um diálogo, captado também em janeiro, mostra que os interlocutores estavam preocupados porque "no Uruguai haveria problemas desse senhor ‘Chupeta’".

Chupeta é um dos apelidos de Abadía, segundo a PF. "Restam evidenciados indícios suficientes de que o grupo estaria se estruturando no Brasil com vistas à aquisição de bens com a finalidade de lavar ativos oriundos do narcotráfico internacional", diz o relatório. Por ordem do juiz Fausto Martin De Sanctis, a PF apreendeu a aeronave prefixo PT-KYF que a equipe de Ordonez adquiriu por US$ 1,1 milhão.

O grupo liderado por Ordonez, segundo o relatório nº 8/08 da PF, estaria lavando dinheiro ilícito por meio da compra de gado em Santa Terezinha de Goiás (GO). Uma sequência de 25 grampos da Aquário mostra o empenho da organização para abertura de contas no exterior em nome de André Alves da Silva, "suposto laranja de Abadía". Um empresário que reside em Cotia manteria contas no Banco UBS e "se utilizaria do serviço de doleiros". Segundo a PF, "foram captados vários diálogos (do empresário) com outros elementos do grupo investigado, impondo consignar que há menção de eventual remessa para Milão, que necessitaria de possível autorização de André".

Leilão

O juiz De Sanctis decidiu leiloar os bens remanescentes de Abadía, extraditado para os EUA. São equipamentos de informática e 20 relógios de marcas famosas, entre eles um Audemars Piguet, avaliado em US$ 219 mil.

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