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Imagem de suposto bilhete premiado em R$ 205 milhões pela Mega-Sena circula pela internet. | Reprodução/Facebook
Imagem de suposto bilhete premiado em R$ 205 milhões pela Mega-Sena circula pela internet.| Foto: Reprodução/Facebook

Basta o prêmio da Mega-Sena acumular para começarem os boatos – principalmente via Facebook e Whatsapp – sobre fraudes. Ás vésperas da Mega da Virada, que vai sortear um prêmio de R$ 280 milhões no próximo dia 31, a especulação aumenta.

Uma mensagem que circula por Whatsapp afirma que a Polícia Federal descobriu um esquema de fraude na Mega-Sena. O texto afirma que “a PF desconfiou que estivesse havendo algum tipo de fraude e, mal começaram as investigações, pegaram várias pessoas envolvidas no esquema, entre elas, funcionários, auditores, e muito peixe grande, ligadas diretamente ao governo”. A notícia é falsa.

Algumas “situações” costumam alimentar as teorias conspiratórias. Há dois anos, houve o caso do concurso de número 1764, que pagou o maior prêmio dos sorteios regulares da loteria (sem considerar a Mega da Virada). Instigados pela expectativa de uma bolada de R$ 205 milhões, alguns apostadores entraram no site da Caixa logo após o sorteio e receberam a informação de que o prêmio havia acumulado. Momentos depois a página informava que havia um ganhador. Para aumentar a especulação, os últimos dois acertadores são do Distrito Federal – que, devido aos casos recorrentes de corrupção não goza de boa fama.

Na época o boato afirmava que “não existia” a casa lotérica do prêmio de R$ 205 milhões. E que os donos seriam ligados a investigados em fraudes. Algumas irregularidades já constatadas na Mega-Sena também ajudam a alimentar dúvidas sobre a seriedade dos sorteios. Por essas e outras, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou um pedido de informações na Caixa. Há mais de uma década ele reúne suspeitas de lavagem de dinheiro no pagamento de apostas vencedoras. Relembre o caso:

Mito

Existe, sim, a casa lotérica em que foi feita a aposta que levou R$ 205 milhões no sorteio do concurso 1764. Chama-se Wandys e fica na Asa Sul, em Brasília. Circula pela internet uma imagem com os números sorteados, mas o bilhete foi adulterado em algum programa de computador, como Photoshop.

Mito

Não, a casa lotérica não é de Alberto Youssef (ou de um parente próximo). Também não é de em ex-deputado acusado de irregularidades. O nome do dono da casa lotérica Wandys é Nasser Youssef Nasr, um libanês que chegou ao Brasil na década de 50 e que é homônimo do ex-parlamentar.

Mito

Ainda do tempo do Orkut, circula na internet a informação de que a Polícia Federal estaria investigando o peso das bolinhas do sorteio da Mega-Sena. Esse boato já foi desmentido diversas vezes.

Verdade

Um deputado chegou a dizer que tinha acertado 221 vezes na Mega-Sena. Foi João Alves, que ficou conhecido como um dos anões do orçamento. Durante uma investigação, no início dos anos 1990, ele justificou o patrimônio dizendo que era sortudo. João Alves morreu em 2004, em Salvador.

Verdade

Em setembro de 2015, a Polícia Federal deflagrou a operação Desventura, que prendeu suspeitos de irregularidades no pagamento de loterias, entre eles o ex-jogador Edílson. A fraude não estaria relacionada ao sorteio, mas à apresentação de bilhetes falsos usados para reivindicar prêmios não solicitados pelos acertadores.

Verdade

Um homem usou nome falso para sacar um prêmio de R$ 73 milhões no Tocantins, em dezembro de 2013. O caso foi descoberto e envolvia um gerente da Caixa e um suplente de deputado.

Verdade

O senador Alvaro Dias protocolou um pedido de explicações na Caixa. Além de buscar esclarecimentos sobre o problema na divulgação do resultado do concurso 1764, ele quer respostas sobre outros indícios de irregularidades que tenta investigar desde 2005. Com base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Alvaro alega que algumas pessoas já “ganharam” mais de 500 vezes na Mega-Sena. Seria uma forma de lavar dinheiro (dar origem lícita para dinheiro ilícito). Há época, um inquérito policial foi aberto e ele afirma que, até hoje, não teve respostas sobre a investigação. A suspeita, segundo o senador, não recai sobre prêmios expressivos, que chamam muita atenção. Ele acredita que prêmios menores são “comprados” para legitimar a origem do dinheiro. Alvaro também pretende cobrar o andamento de um projeto de lei, parado na Comissão de Assuntos Financeiros, que estabelece mecanismos mais rigorosos para o pagamento de prêmios de loteria.

Esclarecimento

Em relação ao concurso nº 1764 da Mega-Sena, a CAIXA esclareceu que, exclusivamente na tela inicial das Loterias no site, que é um resumo, houve atraso na atualização dos dados, o que manteve a palavra “acumulou” referente ao sorteio anterior. No entanto, desde o primeiro momento, as informações sobre o referido concurso foram atualizadas normalmente na página específica da modalidade Mega-Sena.

Já a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot) apresentou repúdio pela propagação de um vídeo nos meios eletrônicos, que coloca em dúvida a idoneidade dos sócios-proprietários da Wandys Loterias, Casa Lotérica instalada em Brasília, onde foi registrada a aposta vencedora do concurso nº 1764 da Mega-Sena. A família Nasr está sendo orientada por advogados, pela representação judicial, pela defesa de sua reputação e imagem, junto aos veículos que reproduziram o referido vídeo.

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