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A ausência de um rápido posicionamento do presidente interino, Michel Temer, sobre o caso gerou críticas na redes sociais. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ausência de um rápido posicionamento do presidente interino, Michel Temer, sobre o caso gerou críticas na redes sociais.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente interino Michel Temer (PMDB) reconheceu nesta terça-feira (31) que o país atravessa uma onda crescente de violência permanente contra a mulher e avaliou que a sociedade brasileira tem se constrangido e se acanhado diante de episódios recentes.

Na abertura da reunião com secretários da segurança pública do país, o peemedebista também lembrou de ataques motivados por preconceito contra negros e homossexuais e defendeu que os diferentes entes da federação atuem “juntos de mãos dadas” para tentar reduzir os casos de violência.

“Neste momento, o que estamos assistindo é uma onda crescente de violência em diferentes setores, em especial contra a mulher”, disse. “É necessário minorar esse mal que afeta enormemente a nossa sociedade, que se avexa, se acanha, se constrange com fatos dessa natureza”, acrescentou.

O peemedebista reconheceu que não é da competência do governo federal atuar na área da segurança pública, mas ponderou que o Palácio do Planalto pode ajudar a coordenar as iniciativas estaduais de combate à violência contra a mulher.

Nesse sentido, ele anunciou a formação do Núcleo de Proteção à Mulher, subordinado ao Ministério da Justiça, e criticou a criação de comissões para discutir o problema no país, as quais, segundo ele, não adotam soluções efetivas.

“O órgão que está sendo criado é para ajudar a coordenar e levantar os trabalhos de combate à violência contra a mulher. Nós precisamos acabar com essa história no país de que, toda vez que tem um problema, cria-se uma comissão. Se é criada uma comissão, é porque nada vai sair”, criticou.

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O presidente interino ressaltou as dificuldades econômicas pelas quais o país atravessa, mas garantiu que o governo federal poderá contribuir com auxílios e convênios financeiros a governos estaduais.

Ele defendeu ainda a realização de reuniões permanentes do Ministério da Justiça com as secretarias estaduais para discutir a elaboração de programas ou medidas de combate à violência contra a mulher.

A ausência de um rápido posicionamento do presidente interino sobre o caso gerou críticas na redes sociais.

Vítima

A adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo em Jacarepaguá, na zona oeste, está deixando nesta terça-feira (31), o estado do Rio com a família. Ela foi incluída no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal, e executado pelo governo estadual. Foi orientada a cortar qualquer tipo de contato com antigos amigos e não terá à disposição celular nem computador com internet.

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, recebeu a menina por uma hora na segunda-feira (30). Melo contou que ela relatou estar recebendo ameaças de traficantes. “Ela está assustada e quer mudar de vida, mas fiquei impressionada com a sua tranquilidade. É uma menina inteligente, articulada e amadurecida pela vida.”

O lugar para onde ela foi levada com a mãe, o pai, a avó, o irmão e o filho não será divulgado.

Os suspeitos

O advogado Alexandre Santana disse que o cliente Raí de Souza, preso sob a acusação de envolvimento no estupro da adolescente de 16 anos na zona oeste do Rio de Janeiro, contou que a menina estava “superconsciente” no momento da ação. O advogado reafirmou que Raí teve relações sexuais com a jovem de maneira “consensual”, horas antes da gravação da filmagem divulgada nas redes sociais.

O vídeo mostra um homem manipulando por alguns momentos as partes íntimas da jovem nua. Também é possível ouvir risadas e uma música em ritmo de rap, cantada por um dos homens presentes. Questionado por jornalistas nesta terça-feira, 31, como a menina não teria acordado nesse cenário, Santana disse que o cliente atribuiu ao “cansaço”. “Passou o tempo todo no baile funk, né?”, afirmou Santana.

O advogado disse que Raí teria chegado a casa, chamada nos depoimentos de “abatedouro”, com a jovem, o outro acusado do crime, também preso, Lucas Perdomo Duarte dos Santos, o Luquinhas, e a amiga Joyce, de 18 anos, por volta das 7h de domingo, 22. Segundo a versão, o vídeo foi gravado em torno das 10h, pelo celular de Raí. Santana disse que a gravação não foi feita pelo suspeito, mas pelo traficante identificado apenas por Jeferson, o Jefinho.

Raí tinha saído do quarto para pedir um mototáxi, quando Jefinho pegou o celular dele no quarto e fez a gravação. Raí chegou no final da filmagem, quando estavam cantando um rap. A risada que se houve neste momento é do Raí, “mas ele estava rindo de outra coisa”, disse o advogado.

Lucas e Raí, presos na Cidade da Polícia (sede das delegacias especializadas da Polícia Civil), deverão prestar novos depoimentos nesta terça-feira. A delegada Cristiana Bento, que comanda o inquérito que tramita na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), disse que vai no início desta tarde à Cidade da Polícia.

Quatro suspeitos de participar do estupro ainda estão foragidos. A delegada quer ouvir um sétimo suspeito. Segundo o advogado Santana, seria Jefinho. Santana esteve na Cidade da Polícia a pedido da família de Raí, que teme agressões contra ele.

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