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O tenente-coronel aposentado da Polícia Militar (PM), Valdir Copetti Neves, foi condenado nesta quinta-feira (17) pela Justiça Federal a 18 anos e 8 meses de prisão. Além disso, ele vai perder o cargo que possuía na PM e terá que pagar uma multa de cerca de R$ 20 mil. O homem é acusado de formar uma quadrilha com policias aposentados que fariam a guarda ilegal de terras em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais.

Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), em outubro de 2004, fazendeiros contrataram um grupo de ex-PMs, comandado por Neves, para fazer a segurança de algumas propriedades rurais. Eles utilizavam armas sem registro e, de acordo com o MPF, algumas teriam sido importadas irregularmente.

Em dezembro de 2004, depois de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadirem um sítio próximo a um território monitorado pela quadrilha, os PMs tentaram sem sucesso desocupar a terra à força. O tenente-coronel ainda teria pagado uma mulher para que fizesse uma falsa denúncia contra lideranças do MST e planejado um acidente de carro para que se colocasse maconha no veículo de um dos líderes do movimento.

Em abril de 2005, uma operação da Polícia Federal (PF), batizada como "Março Branco", prendeu Neves e outras sete pessoas por formarem a organização criminosa que prestava os "serviços" de segurança particular. Na época, junto com os acusados foram encontrados recibos de pagamentos realizados pelos fazendeiros à quadrilha.

O processo contra Neves tramitou na 1ª Vara Federal e no Juizado Especial Criminal de Ponta Grossa. O documento da Justiça que publica a sentença final contra o tenente-coronel afirma que "o réu frustrou as expectativas da sociedade, que esperava vê-lo como garantidor da correta aplicação da lei e jamais o contrário, ou seja, como criminoso contumaz e sério. Assim, faz-se absolutamente imperiosa a perda do cargo publico de tenente-coronel da Polícia Militar".

Ele foi condenado por exercício arbitrário das próprias razões, constrangimento ilegal, formação de quadrilha, tráfico internacional de arma de fogo e também por fornecer maconha para ser colocada no veículo de um terceiro. Poderá recorrer em liberdade.

Outros crimes

Também no ano de 2005, Neves foi acusado de integrar uma quadrilha suspeita de planejar e executar roubos contra comerciantes de Curitiba para depois oferecer um serviço clandestino de segurança. Policiais militares, advogados e assaltantes faziam parte do grupo que foi descoberto em uma força-tarefa da PG e da Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp-PR).

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