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A sequência de tumultos envolvendo taxistas e motoristas do Uber registradas na noite da última sexta-feira (24) em Curitiba não foi uma fato isolado. Desde que o aplicativo passou a operar na capital paranaense, 70 ocorrências foram registradas por profissionais que trabalham com a plataforma na cidade, de acordo com a assessoria do Uber. O Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná ainda não se pronunciou especificamente sobre o ocorrido de ontem.

Na noite de sexta-feira, o presidente da entidade, Abimael Mardegan, disse compreender os taxistas e que o clima de tensão pode aumentar caso o Uber continue a operar de maneira irregular. “O clima de tensão vai aumentar contra toda essa pirataria”, afirmou Mardegan ao ser informado sobre o que estava ocorrendo. Ele, no entanto, ressaltou que o sindicato é contra qualquer tipo de agressão como forma de resolver os problemas.

Em nota, a Uber informou que considera inaceitável o uso de violência e que todo cidadão tem o direito de escolher como quer se mover pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente. A empresa afirmou ainda que os mais de 70 boletins de ocorrência registrados pelos motoristas parceiros envolvem casos de agressões e constrangimentos públicos. A maioria desses casos ocorreu no Batel e no centro, diz o texto.

A Gazeta do Povo já havia mostrado no último mês de abril denúncias de que, pelo menos, sete motoristas do Uber que reclamaram ter sido agredidos por taxistas. No mês seguinte, eles se reuniram com vereadores e com o 1.º Comando Regional da Polícia Militar para relatar esses casos de agressão e pedir apoio da PM para que pudessem trabalhar.

O Sindicato dos Taxistas de São José dos Pinhais também se pronunciou por meio de nota sobre os episódios de violência envolvendo taxistas e motoristas do Uber – a briga teve início no município vizinho. A entidade disse que não tinha conhecimento prévio dos atos e que lamenta os fatos ocorridos. Porém, também afirmou repudiar o que chamou de “descaso” por parte dos órgãos responsáveis pela regulamentação e fiscalização do serviço de transporte público no município.

Legislação

Assim como Curitiba, São José dos Pinhais também tem uma legislação própria sobre a exclusividade de transporte individual de passageiros por taxistas licenciados pelo Executivo municipal. Mas há decisões judiciais favoráveis a motoristas executivos que recorreram por entender que seus serviços não são similares aos dos taxistas.

Na capital, a multa para quem for flagrado dirigindo sem permissão é de R$ 85,13. Esse valor deverá ser reajustado para R$ 1,7 mil em meados de agosto. Ainda tramita na Câmara de Vereadores uma proposta de regulamentação para serviços como o Uber. O texto, que já conta com o apoio de 17 vereadores, está em fase inicial e uma eventual aprovação ainda deve demorar alguns meses para ocorrer.

Polícia Militar

Também em nota emitida neste sábado, a Polícia Militar enfatizou que a responsabilidade fiscalização e a legislação sobre o transporte de passageiros é da prefeitura e que apenas age quando a situação foge da esfera administrativa e caracteriza pertubação da ordem em situação criminal. A PM também deu mais detalhes sobre o episódio da última noite.

Na primeira ocorrência, na região do aeroporto em São José dos Pinhais, a corporação informou ter encaminhado à delegacia um homem que tentava impedir o trabalho de taxistas. Antes disso, no mesmo local, PM e Guarda Municipal atuaram para dispersar uma confusão entre um grupo de taxistas e outro de motoristas do Uber.

Já em Curitiba, diz a PM, um taxista foi encaminhado à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) após uma confusão entre os dois grupos na Rua Bispo Dom José, no Batel. O profissional estaria com a CNH suspensa e o veículo teria sido retido por apresentar outras irregularidades.

Uma terceira ocorrência foi registrada também no Batel, após taxistas virarem o carro de um suposto motorista do Uber. Segundo a nota, a PM chegou ao local para atender a ocorrência e, ao checar os dados do solicitante no sistema, descobriu que ele estava com mandado de prisão em aberto. O texto não deixa claro se esse solicitando era motorista do Uber e nem por qual crime ele possuia um mandado em aberto.

Assista o vídeo de uma das confusões gravado pela repórter Daniela Sevieri da Rádio Banda B

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