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Em média, cinco pessoas são atropeladas por dia em Curitiba; sinal com contagem de tempo pode ajudar a diminuir a estatística | Albari Rosa / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Em média, cinco pessoas são atropeladas por dia em Curitiba; sinal com contagem de tempo pode ajudar a diminuir a estatística| Foto: Albari Rosa / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Boas iniciativas começam a ser resgatadas

A implantação do calçadão na Rua XV de Novembro, nos anos 70, foi um grande passo de Curi­tiba na valorização do pedestre. Porém, segundo o arquiteto Car­los Hardt, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR, a cidade perdeu a condição de inovadora em políticas públicas para o pedestre. Outros especialistas concordam.

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Quedas são a segunda causa de acidentes

Além da média de cinco vítimas de atropelamentos socorridas diariamente pelas ambulâncias do Siate em Curitiba, as quedas causadas pela má conservação das calçadas também são um dos principais motivos de atendimentos de emergência na capital.

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  • Sinal para pedestres, com contagem de tempo, na travessia da Rua XV de Novembro com Dr. Muricy, em Curitiba
  • Veja que todos devem fazer sua parte para a segurança dos pedestres

Estatística do Corpo de Bombeiros aponta que, por ano, aproximadamente 2 mil vítimas de atropelamentos são atendidas pelas ambulâncias do Siate em Curitiba. Só em 2010, até a última quarta-feira, houve 410 ocorrências dessa natureza, o que aponta uma média de cinco pessoas atropeladas por dia na cidade. A quantidade pode ser ainda maior se contabilizadas as vítimas que chegam aos pronto-socorros de outras maneiras ou cujos ferimentos não exigem atendimento médico.

Cálculo do Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde, mostra que a diária de internação de uma vítima de atropelamento custa R$ 1.079, em média. Se cada pessoa socorrida pelo Siate ficar internada um dia, no mínimo, o gasto anual com pedestres atropelados apenas em Curitiba giraria em torno de R$ 2,1 milhões. Isso sem contar prejuízos com afastamento do trabalho, com tratamento. Segundo profissionais ouvidos pela Gazeta do Povo, o problema poderia ser significativamente amenizado com uma mistura de conscientização e políticas públicas voltadas aos pedestres.

Para o arquiteto Carlos Hardt, coordenador do curso de Arqui­tetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), uma das principais ações para melhorar o trânsito dos pedestres é a melhoria das calçadas. Na opinião do arquiteto, além de um trabalho informativo, mostrando à população a importância de mantê-las em boas condições, é preciso ter mais rigor na fiscalização para que os padrões de uma calçada eficiente sejam cumpridos: passeio plano, piso antiderrapante e sem obstáculos. "A má qualidade das calçadas criou um hábito muito perigoso entre os pedestres de Curitiba, que é o de caminhar na via de rolamento, disputando de forma muito desigual e perigosa o espaço com os carros", aponta Hardt.

Conscientização

A opinião de Hardt é compartilhada pela vice-presidente da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil, Elin Talla­rek de Queiroz, que coordena o Programa Passeio Nota 10. "Se as calçadas fossem boas, haveria colaboração inclusive na redução dos congestionamentos, porque as pessoas não usariam o carro para distâncias curtas", ressalta. Em resposta, a prefeitura informa que desde 2005 mantém o programa Caminhos da Cidade para conscientizar os proprietários da necessidade de manter os passeios em boas condições. Além disso, em 2006 foi aprovado o Decreto Municipal 1.066 que regulamenta os pa­­drões das calçadas.

Para a psicóloga Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psi­co­­logia do Trânsito da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR), o desrespeito dos motoristas com os pedestres é a principal causa de atropelamentos. E um dos motivos desse comportamento, ressalta, é o mau exemplo e o descaso dos governos. "O poder público deveria orientar e exigir que o motorista obrigatoriamente pare na faixa de pedestre e que não avance o sinal. Mas para isso, é preciso um trabalho forte não apenas de conscientização, mas também de fiscalização. Porque, se não houver fiscalização forte, ninguém cumpre", ressalta a psicóloga.

Já o coronel Leomir Mattos de Souza, comandante do Batalhão de Trânsito (BPTran) da Polícia Militar, aponta a parcela de culpa dos próprios pedestres. "O pedestre obrigatoriamente deve atravessar a rua na faixa, não no meio dos carros, aumentando e muito o risco de ser atropelado", argumenta.

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