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 | Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo
| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo

Já passam de 1,5 mil os casos de veranistas queimados por águas-vivas no Litoral do Paraná. Entre os dias 31 de dezembro e 3 de janeiro, foram registrados 1.139 pessoas queimadas nas praias do estado – um aumento de 100% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Corpo de Bombeiros registrou 604 casos. Nesta temporada – que começou no dia 19 de dezembro - foram 1580 pessoas queimadas por águas-vivas no litoral do estado.

A maioria das queimaduras ocorreu na praia de Matinhos, onde foram registrados 895 casos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, mais de 40 casos foram observados em poucas horas em um mesmo posto da praia central. Outros casos 202 veranistas com lesões foram registrados nas praias de Pontal do Paraná e 36 em Guaratuba.

O pior dia foi anterior à virada do ano. Só no dia 31 de dezembro, foram mais de mil casos. Apesar do grande número, de acordo com o Corpo de Bombeiros não houve nenhuma queimadura grave e todos os banhistas foram atendidos no local e não precisaram ser encaminhados aos hospitais da região.

El Niño pode ter colaborado

Para a professora do departamento de zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Angélica Haddad, não há formas precisas de avaliar os surtos de incidência de águas-vivas no litoral do Paraná. “O clima neste verão está muito atípico e as chuvas e ventos causados pelo fenômeno climático El Niño pode ter contribuído para aumentar os surtos periódicos, mas não há formas de comprovar um único motivo para o aparecimento dos animais”, explica. Ainda de acordo com a professora, como não há registros dos animais na areia das praias, eles devem animais ainda jovens, menores do que as águas-vivas normais, que atingem cerca de 5 centímetros e são vistos com facilidade pela população.

De acordo com a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Tânia Portella, o clima mais quente causa mais acidentes com águas-vivas, já que a quantidade de banhistas no mar também é maior. “Os animais estão no habitat natural deles. A mudanças das marés e os fenômenos climáticos colaboram para uma incidência maior de animais no mar”, explica. Todo o litoral da Região Sul tem registrado casos de banhistas queimados com águas-vivas e, segundo ela, os números registrados no Paraná estão dentro do esperado pela secretaria. “A temporada passada foi atípica, com poucos casos registrados”, comenta.

Cuidados

O atendimento feito pelos bombeiros, em que se aplica vinagre na lesão, é o ideal quando o caso não é grave. Outra atitude pode ser limpar o local sem esfregar com a água do próprio mar – ideal nesses casos. Diferentemente da água salgada, utilizar água mineral ou água doce na lesão não deve ser feito, já que ativa as micropartículas de veneno e podem piorar a lesão.

De acordo com Tânia Portella, o ideal é que o banhista sempre questione um guarda-vida sobre a situação da água naquele momento para saber se foi registrada alguma ocorrência naquele local. Caso a resposta seja positiva, é melhor evitar entrar na água. Se mesmo assim acontecer um acidente, o melhor a fazer é encontrar um posto dos Bombeiros para que os primeiros-socorros sejam feitos. Se a queimadura for mais grave, deve-se procurar um posto de atendimento médico, onde as equipes passaram por capacitação para atender pessoas queimadas por águas-vivas e caravelas durante o verão.

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