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Osvaldo Rosario e Marina Pereira vivem em uma chácara na colônia Maria Luiza: natureza por todo lado | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Osvaldo Rosario e Marina Pereira vivem em uma chácara na colônia Maria Luiza: natureza por todo lado| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Na prática

Horta e compostor: torne seu estilo de vida mais sustentável

Ter um estilo de vida um pouco mais sustentável não depende de grandes mudanças. Com pequenas ações, já dá pra diminuir em parte o impacto causado ao meio ambiente. Mesmo em um espaço pequeno, é possível fazer uma horta com legumes e frutas variados e um compostor para transformar resíduos orgânicos em adubo.

Em um jardim com terra, jogue sementes de várias espécies, a seu critério. A dica é observar como elas se comportam e adaptar o jardim a essa realidade. Geralmente, o tempo de cada uma é diferente. Por exemplo: uma rúcula pode ser colhida mais rapidamente que uma alface, o que garante que elas não conflitem no mesmo terreno.

Para fazer o compostor, só é preciso um recipiente de madeira ou plástico furado embaixo – para facilitar a entrada dos micro-organismos que fazem a decomposição dos resíduos. Nesse recipiente devem ser colocados materiais orgânicos (como restos de comida) junto com materiais secos (como serragem, papelão picado, galhos ou grama seca). A receita é uma camada de matéria fresca e o dobro de elementos secos. Deixando bem tampado, não sai mau cheiro. É preciso revirar a mistura ocasionalmente. O tempo necessário para a compostagem depende de várias condições, por isso é importante estar atento.

Interatividade

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Eles têm um modo de vida diferente e moram em sítios no entorno de Matinhos. São formados, geralmente, por estudantes do curso de Agroecologia da UFPR Litoral e, pregando a sustentabilidade, têm a intenção de causar o menor impacto possível ao meio ambiente.

Suas casas são feitas com materiais encontrados na natureza ou reciclados. O lixo é reaproveitado para fazer adubo. E muitos alimentos que vão para a mesa são plantados ali mesmo. Os "roots", como são chamados, aliam o conhecimento tradicional à tecnologia. Sem abrir mão de nenhum dos dois.

E isso implica em muito trabalho. Na casa de Guilherme Permínio, tecnólogo em Agroecologia, e Fernanda Rosas, estudante de Artes, quase tudo foi construído pelo casal. Guilherme fez uma oficina somente usando barro, areia e água, em uma armação de bambu. Nas paredes, há garrafas de vidro cheias de água, que ajudam a deixar a luz entrar em todo o ambiente. "Os materiais são reciclados. A maior parte da madeira veio da floresta, de árvores que caíram depois de temporais", conta Guilherme.

Fernanda cozinha pães integrais no forno à lenha, e os vende a R$ 5. Os dois criam galinhas, abelhas nativas para produção de mel, têm compostores onde jogam resíduos orgânicos para formar adubo e construíram um banheiro ecológico.

A ideia é concentrar em um mesmo local a maioria dos itens necessários para a sobrevivência, da produção de alimentos até a reutilização deles para melhorar o potencial do solo. De acordo com a teoria, se uma pessoa está ausente de alguma das fases do processo, acaba perdendo a noção do seu impacto na natureza. E o resultado seria o aumento do consumo e, como consequência, a sobrecarga do meio ambiente. "O objetivo é encurtar os ciclos", explica Guilherme. "Com as facilidades da cidade, a gente esquece que as coisas são complicadas. O lixo não desaparece, por exemplo".

De banana a milho

Guilherme e Fernanda plantam diversas espécies no mesmo terreno, de banana a milho. "Cultivar só uma espécie em um grande local é quase um estupro da terra: o solo fica pobre, o sol bate direto, a água não escoa da maneira correta." Segundo ele, o homem tem de reencontrar o seu papel na natureza.

Próximo a Guilherme e Fernanda vivem Osvaldo Rosário e Marina Pereira, que também são estudantes de Agroecologia na UFPR. Em um ano, o casal construiu a própria casa do jeito que queria. Somando todos os gastos, eles desembolsaram R$ 2 mil. "Usamos madeira de demolição e outras coisas que ninguém queria mais", diz Osvaldo. A casa é aconchegante e cercada por verde de todos os lados.

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