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A Câmara de Curitiba não escapou da onda de avaliações negativas do poder público. Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas, o trabalho dos vereadores é desaprovado por 75% dos curitibanos. Isso representa um crescimento de 22 pontos porcentuais desde o início da legislatura. Proporcionalmente, porém, a queda é menor que a ocorrida no poder Executivo municipal, estadual e nacional.

53%

era o índice de reprovação dos vereadores de Curitiba em abril de 2013.

Para efeito de comparação, em abril de 2013, dois meses depois do início da legislatura, a maioria da população da capital (53%) não estava satisfeita com os parlamentares.

Uma má avaliação não deve, porém, desconsiderar a da prefeitura – na mesma pesquisa, 62% reprovaram a gestão de Gustavo Fruet (PDT). “O eleitor avalia a vida diária e, se ela vai mal, acham que o Legislativo não cumpre seu papel”, afirma o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter. Para ele, os próprios vereadores estimulam essa confusão, ao se colocar como coautores das políticas públicas quando isso lhes favorece.

Ainda assim, há uma diferença considerável entre as avaliações dos dois Poderes. A prefeitura aparece com 33% de aprovação; os vereadores, 19%. Costa considera que essa diferença pode ser debitada da omissão da Câmara em alguns temas ao longo dos últimos anos.

Um exemplo é a CPI do Transporte Coletivo: enquanto ela transcorreu, a população considerou o trabalho satisfatório. Entretanto, como pouca coisa efetivamente mudou depois da CPI, o eleitor pode estar se sentindo frustrado.

Costa considera que este fenômeno de queda de popularidade dos parlamentos é cíclico. No início dos mandatos, o eleitor tende a ser mais tolerante com os vereadores, mas costuma se frustrar ao longo da legislatura – o que se reflete nos números mostrados pela pesquisa. O impacto é uma taxa de renovação alta – nas eleições passadas, foi de 47,3%. Entretanto, como essa renovação é mais nominal do que efetiva, o eleitor volta a se frustrar com o parlamento – e o ciclo recomeça.

Repercussão

Atual presidente da Câmara de Curitiba, Aílton Araújo (PSC) considera que os números refletem o cenário político geral. “[A avaliação negativa] Não é por força de uma avaliação consciente, mas por uma insatisfação com o comportamento de alguns políticos”, afirma. Ele diz, também, que uma parte considerável da população não acompanha o trabalho da Câmara e “sequer sabe em quem votou para vereador”.

Araújo considera ainda que a má avaliação do prefeito pesa no trabalho dos vereadores. “Se o prefeito vai bem, o vereador vai bem. Se vai mal, o vereador vai mal. Quando não tem obras, a população vem bater na porta justamente do vereador.”

Presidente da Câmara entre 2013 e 2014 e hoje líder do prefeito, Paulo Salamuni (PV) defende que a Casa avançou nos últimos anos, mas que tem sua imagem prejudicada pela “conjuntura política atual” e pelo “raciocínio brutalizado” das pessoas. “O curitibano não tem motivo nenhum para se envergonhar da Câmara – exceto, talvez, o comportamento individual de um ou outro vereador”, afirma, destacando que, nos últimos anos, a Casa abriu as portas a todos e teve uma produção legislativa relevante.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre 27 de junho e 1º de julho, com 830 eleitores de Curitiba. A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais.

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