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Apesar de ser de oposição, Richa optou por não se manifestar sobre o impeachment da presidente Dilma. | Antônio More/Gazeta do Povo
Apesar de ser de oposição, Richa optou por não se manifestar sobre o impeachment da presidente Dilma.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O governador Beto Richa (PSDB) não deixou clara a sua posição a respeito da possibilidade da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Durante a abertura do Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais 2015, promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) na última quinta-feira (3), o governador disse que “ninguém tem o prazer de defender o afastamento” de Dilma.

“É uma medida extrema, mas hoje temos visto a falta de apoio das ruas, a fragilidade junto ao Congresso Nacional e aí a gente se preocupa de fato em relação a governabilidade”, disse Richa no evento. “Nas condições que estão hoje, ninguém é a favor ou tem o prazer de defender o afastamento, até porque nós somos democráticos e respeitamos os resultados das urnas. Mas o que preocupa é a falta de condições para conduzir de forma segura o Brasil para sair desta crise”, disse Richa.

O governador também mencionou a reação do mercado financeiro em relação à possibilidade do afastamento de Dilma. No dia seguinte à aceitação do pedido pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o dólar marcou a maior queda diária em um mês, voltando abaixo de R$ 3,75. A Bovespa também reagiu positivamente à aceitação do pedido de impeachment de Dilma. Já as ações da Petrobras subiram de 3,48% (preferenciais, sem direito a voto) a 6,12% (ordinárias, com direito a voto).

“Só com o fato da abertura do processo de impeachment vejo a reação do mercado, demonstrando também que além da crise política e econômica existe também uma crise de confiança pela falta de planejamento deste governo, pela falta de uma visão, de uma luz no final do túnel. E isso é muito ruim para o país”, analisou Richa.

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Em março, em uma entrevista à Rede Massa, o governador disse que o impeachment era”possível” ao comentar sobre as manifestações contra a presidente marcadas para abril. “[A manifestação] está surgindo no seio da sociedade, é um movimento puramente popular. Se houver clima nas ruas, o entendimento no Congresso... depende de uma série de fatores. É possível [o impeachment], o momento é muito crítico, político, no Brasil. Essa crise moral, essa crise financeira... Vamos ver qual vai ser a condução de todo esse episódio”, disse Richa na época.

A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com o governador, mas foi informada via assessoria de imprensa de que Richa não vai se posicionar a respeito do assunto. A informação divulgada pela assessoria é de que o governador só deve se manifestar depois de definido o posicionamento do PSDB.

Crime de responsabilidade

O próprio governador Beto Richa já foi alvo de pedidos de impeachment por supostamente ter cometido crime de responsabilidade. Uma das ações protocoladas na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) teve como justificativa uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Paraná por improbidade administrativa. A ação do MP-PR é referente ao episódio da manifestação dos professores no dia 29 de abril, que acabou com centenas de pessoas feridas em uma ação violenta da Polícia Militar no Centro Cívico de Curitiba.

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