
O senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) são os candidatos a presidente preferidos dos manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) que estiveram no maior protesto do país no último domingo (13) – o de São Paulo.
Pesquisa realizada pela Paraná Pesquisas durante as manifestações na Avenida Paulista no domingo (13) mostra que Aécio seria o preferido de 29% dos eleitores, enquanto Bolsonaro levaria 16% dos votos; 20,5% dos entrevistados declararam que não votariam em nenhum candidato. O ex-presidente Lula receberia apenas 2% dos votos. Veja todos os números no gráfico.
Na avaliação de Murilo Hidalgo, presidente da Paraná Pesquisas, o resultado não é exatamente positivo para Aécio Neves e o PSDB. Isso porque, ele lembra, em 2014 Aécio seguiu para o segundo turno das eleições presidenciais com 34,8% dos votos.
“Com tudo o que tem acontecido no cenário político, a pesquisa mostra que o cenário está péssimo para a Dilma, mas não tão bom para a oposição como esteve um dia. Os principais nomes do PSDB foram citados em investigações recentes, se o partido não passar por uma mudança, pode não se sair tão bem quanto em outras épocas”, avalia.
O levantamento também apurou que, se Aécio não estivesse entre os candidatos à presidência pelo PSDB, a preferência do eleitorado brasileiro ficaria dividida entre o governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, que ganharia 27% dos votos; Bolsonaro, com 15% e Marina Silva (Rede Sustentabilidade), com 12%. Nessa situação, o percentual de eleitores que não votariam em nenhum candidato seria de 22%.
Caso o PSDB disputasse as eleições presidenciais hoje com José Serra, o percentual de eleitores a confiar seu voto ao candidato tucano seria menor (22%); Bolsonaro e Marina Silva permaneceriam em segundo e terceiro lugar, respectivamente, e 24% dos eleitores não votariam em nenhum candidato.
Bolsonaro representa irritação do brasileiro
Na avaliação de Hidalgo, o desempenho de Bolsonaro em uma eleição presidencial hipotética é surpreendente. Ele não acredita que o polêmico deputado federal tenha chances reais de concorrer à presidência, mas destaca que a aprovação popular é representativa do que o eleitorado brasileiro deseja.
“Bolsonaro é hoje um personagem que retrata bem o que muitos brasileiros pensam, mas poucos têm coragem de falar. No momento, ele é o político que mais parece verdadeiro no que propõe. Desde o início é extremamente contrário ao governo federal e não mede palavras. O brasileiro que hoje está cansado de denúncias, irritado com a corrupção, agora se identifica com ele.”
Mesmo sem Dilma, Brasil precisará de alguns anos para melhorar
A confiança de que Dilma conseguirá concluir seu mandato se mostrou baixa, conforme revelou a pesquisa. Ao todo, 73% dos brasileiros apostam que a presidente não conseguirá chegar ao fim de seu mandato: parte acredita que o afastamento se dará pelo Congresso Nacional e parte pelo Tribunal Superior Eleitoral. Apenas 19,7% acham que Dilma será presidente até 2018.
Um possível afastamento de Dilma, no entanto, não eleva as expectativas do brasileiro sobre a retomada do desenvolvimento do Brasil. A maioria dos entrevistados, 50,9%, acredita que o país precisará de entre 2 a 5 anos para melhorar. Entre os mais otimistas, 19% confiam em uma melhora visível em até um ano; já os mais pessimistas (10%) apostam que o país levará mais de dez anos para se recuperar. Poucos, apenas 3,5%, acham que o afastamento de Dilma não resultará em melhorias.
A Paraná Pesquisas ainda perguntou aos manifestantes o que acham da atuação da presidente: 90,3% responderam considerar o desempenho de Dilma ruim ou péssimo; 5,1% avalia como regular e apenas 4,2% dos entrevistados disse achar o governo atual bom ou ótimo.



