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Senador afirmou que não existe conta bancária em Nova York, onde o dinheiro teria sido depositado. | Edilson Rodrigues/Agência Senado
Senador afirmou que não existe conta bancária em Nova York, onde o dinheiro teria sido depositado.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em entrevista coletiva neste sábado (1º), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou a existência de uma conta no exterior abastecida com propina da Odebrecht. O tucano afirmou ainda que irá peticionar junto ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), acesso imediato à delação de Benedito Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Aécio também pedirá a Fachin “apuração rigorosa” dos vazamentos nas delações premiadas de integrantes da empreiteira.

Na entrevista – que Aécio deu ao lado de dois de seus advogados, o ex-ministro do Supremo Carlos Velloso e o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira –, o senador afirmou que, segundo o advogado de Benedito Junior, a informação sobre a existência da suposta conta no exterior não estaria na delação. “A afirmação é falsa, irresponsável, criminosa, porque isso não existe nem em Nova York, nem em outra parte dos Estados Unidos, nem em qualquer outra parte do mundo”, afirmou.

Carlos Velloso leu nota redigida por Alberto Toron, também advogado de Aécio, em que afirma que, em conversa com Alexandre Wunderlich, que faz a defesa de Benedito Junior, ele afirmou que “não havia qualquer referência à irmã do senador Aécio Neves na delação de seu cliente e, tampouco, a nenhuma conta pretensamente mantida por ela em banco da cidade de Nova York”. Na coletiva, Aécio não negou conhecer BJ, mas disse que a relação deles era apenas formal. “Eu o conhecia como conhecia o senhor Marcelo Odebrecht, como conhecia outros dirigentes de outras empresas públicas. Seria muito estranho se eu não o conhecesse, mas era uma relação absolutamente formal, sem nenhuma intimidade”, assegurou.

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Aristides Junqueira cobrou do Ministério Público apuração e responsabilização sobre os vazamentos das delações premiadas. Ao final da entrevista, questionado se acreditava que a divulgação poderia atrapalhar sua pretensão na eleição presidencial de 2018, Aécio negou: “Acho que não. Ano que vem é ano que vem, nós estamos ainda longe”, afirmou.

Aécio se disse “indignado” com a publicação da matéria e que irá avaliar pedido de reparação. “A matéria de capa da Veja é criminosa e é preciso que haja reparação. Estou examinando com meus advogados que tipo de ação deveremos ter. Se a revista foi iludida pelas suas fontes ou se quem faltou com a verdade foi o advogado. É preciso ter o conjunto dessas informações para avaliarmos que tipo de reparação, mas eu pretendo que alguma seja buscada junto a essa edição”, disse.

De acordo com a revista Veja, Benedito Junior, um dos 78 executivos da Odebrecht a firmar acordo de delação premiada, teria dito em seu depoimento que a construtora baiana fez depósitos para Aécio em conta sediada em Nova York operada por sua irmã e braço-direito, a jornalista Andrea Neves. De acordo com a revista, Benedito Junior teria dito que os valores foram pagos como “contrapartida” ao atendimento de interesses da construtora em empreendimentos como a obra da Cidade Administrativa do governo de Minas, realizada entre 2007 e 2010, e a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no Estado de Rondônia, de cujo consórcio participa a Cemig, a estatal mineira de energia elétrica. No texto, a revista diz que confirmou a denúncia de BJ com três fontes distintas, todas ligadas ao processo de delação.

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