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Acima, Luiz Abi (terno cinza) se destaca ao lado de Said Hariri, ex-primeiro-ministro do Líbano, em ato oficial a que também Richa estava presente. Ao lado, comitiva paranaense (Abi é o de gravata vermelha) e anfitriões em torno de uma mesa no convés do iate. |
Acima, Luiz Abi (terno cinza) se destaca ao lado de Said Hariri, ex-primeiro-ministro do Líbano, em ato oficial a que também Richa estava presente. Ao lado, comitiva paranaense (Abi é o de gravata vermelha) e anfitriões em torno de uma mesa no convés do iate.| Foto:

Quando Luiz Abi foi preso pelo Gaeco sob suspeita de fraudar licitação do governo, foi aquela correria no Palácio Iguaçu. “Ele é apenas um primo distante”, dizia o governador Beto Richa, visivelmente incomodado com o infausto acontecimento que afetava a família. Depois, ainda que todos concordassem sobre a distância do parentesco que os tornava primos em 4.º ou 5.º grau (parece que eram irmãs as bisavós de ambos), veio outra versão: que Luiz Abi não passava de alguém com quem o governador manteria apenas “relações sociais”.

Ambas as explicações são verdadeiras, embora a intenção seja a de tentar esconder uma proximidade que, aos olhos palacianos, beirava comprometimentos não-republicanos. De fato, vêm de longe as “relações sociais” de Beto Richa com o “primo distante”, como documentam atos oficiais como a nomeação de Abi para o gabinete do então deputado Beto Richa e, também, o álbum de fotografias que passou a ser alimentado por registros na internet e por arquivos esquecidos em computadores de terceiros.

Desses velhos arquivos digitais fazem parte as fotos publicadas ao lado. Elas datam de 2009, quando Richa era ainda prefeito de Curitiba. Supostamente convidado para proferir uma palestra em Jerusalém, aproveitou a ocasião para levar com ele numerosa comitiva, da qual faziam parte, entre outros, a primeira-dama, Fernanda Richa; o então procurador-geral do município e atual presidente do Tribunal de Contas, Ivan Bonilha; o prefeito de Cornélio Procópio e ex-secretário do Trabalho, Amin Hannouche; e, claro, o indefectível Luiz Abi. A viagem não terminou em Israel. Como estavam mesmo ali pertinho, Richa e comitiva seguiram para o Líbano, terra dos ancestrais dele e do suposto primo. Foram recebidos com honras de estado, com grande protagonismo de Luiz Abi, que de longa data cultiva amizades importantes naquele país, a ponto de facilitar passeios em iates de luxo (o que lhes serviu foi o Lady Y, de 62 pés, seis suítes, avaliado em US$ 30 milhões).

Abi foi também o agente que pôs Beto Richa em contato com Said Hariri, filho de Rafic Hariri, o primeiro-ministro morto em atentado quatro anos antes. Said, conhecido magnata, sucedeu o pai como primeiro-ministro do Líbano, um país paradisíaco (salvo pelas cicatrizes de guerra) e discretíssimo importador de quantidades significativas de massari “made in Brazil” excedente.

São apenas recordações afetivas – cada vez, porém, mais distantes à medida em que o Gaeco caminha no sentido contrário, mostrando a proximidade de alguns com fraudes licitatórias e fiscais em Londrina e adjacências.

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