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Alvaro Dias confirmou ter convites do PSB e do PDT para trocar de legenda. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Alvaro Dias confirmou ter convites do PSB e do PDT para trocar de legenda.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Apesar de confirmar que sua situação no PSDB gera “desconforto”, o senador Alvaro Dias (PSDB) disse que o momento da política brasileira é muito delicado para uma “mudança brusca”. Ele afirmou que há convites do PSB e do PDT, mas que ainda precisa avaliar o desenrolar do cenário político antes de tomar uma decisão sobre sua vida partidária. Nesta sexta-feira (21), Dias participou do 104º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, na sede do Tribunal de Justiça (TJ), em Curitiba.

Dias disse que considera uma mudança de partido um assunto que “causa constrangimento” em um momento de “crise ética, política e econômica”, mas que pode ser “mais útil” para o país em outra agremiação. “Eu busco ser o mais útil possível nessa fase complexa do país. Se eu puder ser mais útil em outro lugar, mudarei. Mas isso está sendo analisado com prudência, com cautela. Não há razão para um movimento brusco”, afirma. Ele confirmou que há convites do PSB, do PDT e de “partidos menores”.

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Ele diz que há uma “situação de constrangimento” e “desconforto” com o PSDB no estado, em razão de divergências políticas. Não chega a ser uma novidade. Sua relação com a legenda no Paraná encontra problemas desde as eleições de 2010, quando foi preterido na disputa para o governo.

Durante o primeiro mandato de Beto Richa (PSDB), ele chegou a comparar o modelo de distribuição de cargos feita pelo colega ao governo federal – o qual frequentemente acusa de ser um “balcão de negócios”. Dias também criticou duramente a decisão de abortar candidaturas tucanas nas eleições municipais de 2012 para favorecer aliados, o que, na sua leitura, teria enfraquecido a legenda no estado.

Além do desconforto com o PSDB estadual, Dias não esconde que tem divergências, também, com a direção nacional do partido – especialmente pela concentração dos espaços de poder nas mãos de Minas Gerais e São Paulo. Apesar dessa situação, ele diz que está “respeitando” o PSDB e fazendo a avaliação de uma eventual saída do partido às claras, sem esconder suas intenções.

História

A história de Dias com o PSDB nunca foi tranquila. Ele ingressou no partido em 1994, mas foi expulso em 2001 por ser favorável à criação de uma CPI para investigar irregularidades envolvendo o governo Fernando Henrique Cardoso. Após dois anos de “exílio” no PDT, ele voltou ao tucanato em 2003. Além desses dois partidos, ele já foi filiado ao PMDB e aos extintos PST e PP (não se trata do mesmo PP que existe hoje).

Ainda assim, desde o início da era Lula, sua imagem pública é fortemente ligada ao PSDB. Ele minimiza, entretanto, a possibilidade de um trauma em uma eventual troca de legenda. “Já que os partidos políticos no Brasil são siglas para registro de candidaturas, não possuem identidade programática, não há uma violência quando se propõe uma mudança dessa natureza”, afirma.

Crise

Dias também comentou a crise política do governo Dilma Rousseff (PT). Ele diz que, na sua avaliação, há condições jurídicas e há apoio popular para o impeachment da presidente, mas não há condições políticas dentro do Congresso. Ainda que defenda a saída de Dilma, na sua avaliação, o cenário mais provável é que Dilma encerre seu mandato em 2018.

O senador também comentou sobre o ajuste fiscal. Ele criticou a alta dívida pública e a política de juros do governo, que faz com que uma fatia considerável da receita da União seja comprometida. Ele avaliou, também, que o governo está se abstendo de discutir o tamanho do estado brasileiro. “O estado inchou, cresceu assustadoramente, e o governo não faz a reforma administrativa. É um ponto essencial que o governo se recusa a enfrentar e, por isso, não sai da crise”, disse.

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