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Tchello exibe a tatuagem no braço direito, em homenagem ao governador: "100% Beto Richa" | Reprodução/Facebook
Tchello exibe a tatuagem no braço direito, em homenagem ao governador: "100% Beto Richa"| Foto: Reprodução/Facebook

Auditor e fotógrafo presos tinham contato com as mesmas agenciadoras de menores

Depoimentos de testemunhas ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) confirmam que o fotógrafo e ex-assessor do governo do Paraná, Marcelo "Tchello" Caramori, e o auditor da Receita Estadual, Luís Antônio de Souza, ambos presos, usavam o mesmo esquema de prostituição de adolescentes em Londrina.

Segundo as investigações, ao menos duas agenciadoras agendavam encontros com meninas de 14 a 18 anos para os dois. No caso de Caramori, o pedido de prisão preventiva autorizado pela Justiça da 6ª Vara Criminal foi embasado em quatro depoimentos de garotas que confirmaram terem sido contratadas pelo fotógrafo – e recebido entre R$ 300 e R$ 350 pelos programas, assegura a Promotoria.

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  • Em uma das fotos com o governador, quem sempre acompanhou em eventos oficiais e informais. Caramori fotografava Richa até nas corridinhas às margens do Igapó, quando ele vem a Londrina

Ex-assessor especial do governo do Paraná, o fotógrafo Marcelo "Tchello" Caramori continua detido, suspeito de envolvimento em casos de exploração sexual de crianças e adolescentes em Londrina. Segundo uma das promotoras do caso, ao chegar na sede do Gaeco [Grupo de Atuação Especial contra o crime Organizado] , logo após ter sido detido, o fotógrafo "se apresentou como assessor do governador Beto Richa em Londrina e mostrou uma tatuagem no braço", contou.

No ano passado, Caramori exibiu nas redes sociais, orgulhoso, a tatuagem de um código de barras, como se fosse um produto, no braço direito. Nela, lê-se "100% Beto Richa". "Não basta vestir a camisa. Tem que ter na pele", comentou o fotógrafo na imagem exibida publicamente. Além da tatuagem em homenagem ao governador, de quem se diz amigo, Caramori também aparece com Richa em várias fotos publicadas na internet. Apesar da aparente proximidade, o governador negou que seja amigo de Caramori. Por meio de nota encaminha para a RPCTV, Richa afirmou que apenas se deixava fotografar ao lado dele. Mais conhecido como "Tchello", o fotógrafo também andou muito próximo dos círculos das polícias Civil e Militar em Londrina. Em uma das dezenas de fotografias na internet, traja, até mesmo, um uniforme e um colete à prova de balas da PM, mesmo sem nunca ter sido agente das forças de segurança pública.

Exoneração

Na mesma quinta-feira (29) em que foi preso pelo Gaeco, o Governo do Paraná anunciou a exoneração de Marcelo Caramori do cargo comissionado de assessor, onde ganhava pouco mais de R$ 6 mil mensais há quatro anos. O decreto da exoneração foi publicado no Diário Oficial do Estado de sexta-feira (30).

"Vítima de vingança"

Caramori está detido na Penitenciária Estadual de Londrina 2 (PEL 2). O advogado do fotógrafo, Leonardo Vianna atacou a Promotoria e disse que vai "provar" que seu cliente é vítima de vingança do Ministério Público.

"Ele [ Marcelo Caramori] nunca teve negócios com prostituição, nunca manteve atividade econômica ligada a exploração sexual e nunca explorou garotas menores ou maiores de idade. Foi envolvido neste caso apenas porque algumas moças que saíram com o auditor comentaram que também saíram ou conheceram o Tchello. Mas ele nunca saiu com menores de idade e jamais aliciou ninguém com fins sexuais", sustentou.

Para Vianna, o Gaeco "inverteu as regras do Direito Penal": "A regra é investigar e prender e não prender para investigar. Foi uma prisão precipitada e sem justificativa", defendeu. Até a próxima quarta-feira, Vianna espera ter ingressado com duas medidas judicias para que o fotógrafo responda à investigação em liberdade.

Assessores presos Recentemente, o Paraná teve outros casos de assessores políticos envolvidos em denúncias de exploração sexual. Em 2013, a Polícia Civil prendeu o ex-assessor da Casa Civil e da então ministra Gleisi Hoffmann, André Gaieviski. Ex-prefeito de Realeza, ele foi acusado de estupro de vulnerável e envolvimento em sexo com menores, sendo condenado a 18 anos de prisão. Ele também responde a vários processos que podem estender a pena. No mesmo ano, em Londrina, também foi preso o ex-assessor da Câmara de Vereadores, advogado Marcos Colli, já condenado a quase 300 anos de prisão por envolvimento em vários casos com menores da periferia de Londrina.

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