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 | Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
| Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

Embora nas quintas-feiras costumeiramente se registre um número reduzido de parlamentares no plenário da Câmara dos Deputados – pois a maioria já voltou para suas bases eleitorais -, o “esvaziamento” na Casa um dia após a prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) chamou a atenção até mesmo de um veterano, o deputado federal Miro Teixeira (Rede-RJ), que abriu a sessão de debates, às 14 horas desta quinta-feira (20), ao lado de menos de meia dúzia de parlamentares. “E depois alguém vem presidir aqui a sessão para que eu também possa falar aí do plenário”, propôs ele, que está no seu décimo primeiro mandato na Casa.

Para Miro, as solenidades que ocorreram pela manhã no plenário, jogando os debates para o período da tarde, “não são por um acaso”. “É proposital, querem desmobilizar o debate político. Um dia depois de um ex-presidente da Casa ser preso, a gente só consegue usar o microfone agora? Dá a impressão que a Câmara dos Deputados vive em outro mundo, em uma ilha da fantasia”, criticou ele.

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Na tribuna, outros parlamentares também mencionaram a prisão de Cunha. Houve quem reclamasse da “falta de holofotes” para registrar o momento da prisão e também quem pedisse para o parlamentar cassado “abrir o bico”. Não faltou ainda quem preferisse amenizar a ausência da grande maioria dos colegas no plenário: parlamentares estariam correndo para protocolar as emendas ao orçamento de 2017, já que o prazo se encerra nesta quinta-feira.

O “esvaziamento” não foi apenas no plenário. A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não ocorreu por falta de quórum e na audiência pública da comissão especial que trata do projeto de lei 4850/2016, as Dez Medidas Contra a Corrupção, apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF), quase a totalidade dos integrantes do colegiado estava ausente.

Prisão de Cunha é “uma notícia triste”, diz Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou na Casa no meio da tarde. Questionado pela imprensa sobre a prisão de Eduardo Cunha (PMDB), Maia afirmou que se trata de uma “notícia triste”. “Cunha foi deputado conosco, foi presidente da Casa. Não é um momento feliz para ninguém, nem para os deputados, nem para o Brasil”, respondeu brevemente.

Maia também disse que não acredita que a prisão terá “alguma influência” no andamento dos trabalhos da Casa e alega não temer eventual delação do peemedebista, no âmbito da Lava Jato. “Minha relação com ele foi sempre política. Ele pode falar tudo que entenda ser importante falar. Também não acredito que nenhuma delação possa afetar o presidente da República [Michel Temer]”, encerrou ele.

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