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Dilma recuou sobre a CPMF. | Wilson Dias/Agência Brasil
Dilma recuou sobre a CPMF.| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A direção da Frente Nacional de Prefeitos estará nesta terça-feira (1) em Brasília para cobrar do governo federal uma alternativa de financiamento para a saúde dos municípios. Após o recuo da presidente Dilma Rousseff – que desistiu de levar ao Congresso proposta de reedição da CPMF–, prefeitos se reunirão com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, atrás de fontes de recursos.

Presidente da Frente Nacional de Prefeitos e Prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) afirma que a entidade não se manifestará formalmente sobre a CPMF, já que o debate está encerrado. Mas defenderá a necessidade de verbas para o setor.

Em Belo Horizonte, diz, foram suspensas cirurgias eletivas (não caracterizadas como urgentes) para pacientes de outros municípios. E o hospital metropolitano recém construído não entrou em operação por falta de recursos.

“Não temos propostas. Queremos saber o que o ministro acha. Estamos com a água em cima do nariz e o país precisa voltar a crescer”, afirma Lacerda.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), criticou os opositores da volta da CPMF. Segundo ele, “essa discussão não está sendo levada a sério”. Sem citar os políticos que se manifestaram contra a busca de recursos para o setor, Marinho afirmou que “alguns podem falar por oportunismo contra a eventualidade desse debate” e disse que o momento requer responsabilidade.

“Vamos ter que fazer um debate sério. A presidenta [Dilma Rousseff] vai [propõe a CPMF]. Leva um cacete de todo mundo. Então, está bom. Vamos discutir concretamente”, reagiu Marinho, depois de uma reunião no Instituto Lula.

E acrescentou: “Não como pensar num orçamento do jeito que está sendo pensado. Temos que encontrar fórmula. Não é cortando meia dúzia que vai resolver a questão”.

Segundo Marinho, Dilma teve uma atitude positiva ao sugerir um debate. “Se fez de forma equivocada, desajeitada, aí podemos olhar. Mas é preciso discutir”.

Um dos principais interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marinho disse ainda que a situação exige sacrifícios. Ao falar sobre a importância desse esforço, citou como exemplos o cargo de vice-presidente e os empresários. O vice-presidente Michel Temer é hoje um dos mais fervoroso críticos da CPMF e do orçamento a ser proposto pelo Governo.

“A sociedade brasileira –prefeitos, vereadores, deputados, senadores, presidente da República, vice-presidente, empresários, enfim, todo mundo– tem que olhar o seguinte: há um problema sério na economia brasileira que momentaneamente precisa de sacrifícios”, disse.

No dia 11, a diretoria da Frente Nacional de Prefeitos divulgou uma carta segundo a qual o brasileiro vê “com perplexidade a deterioração do ambiente político e econômico”.

“O povo está demonstrando a sua insatisfação com a realidade do país. Saudamos e respeitamos as manifestações de rua pelo que representam de radicalização da democracia e chamado dos líderes à ação em busca de soluções. Não dedicar a esse momento o necessário cuidado pode implicar o retrocesso nos avanços conquistados com muito esforço pelo povo brasileiro”, encerra o documento.

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