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Aécio, na convenção do PSDB: tucano vai viajar pelo país pelo menos uma vez a cada 15 dias | Divulgação PSDB
Aécio, na convenção do PSDB: tucano vai viajar pelo país pelo menos uma vez a cada 15 dias| Foto: Divulgação PSDB

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A convenção que ontem elegeu o senador mineiro Aécio Neves para a presidência nacional do PSDB foi marcada pelas críticas ao PT e pela tentativa do partido de demonstrar unidade.

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A polêmica Medida Provisória (MP) dos Portos, aprovada na semana que passou, marca um ponto de ruptura entre o governo da presidente Dilma Rousseff e sua base no Congresso Nacional.

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  • Aécio Neves (PSDB) Trajetória Neto de Tancredo Neves, o senador de 52 anos já exerceu quatro mandatos como deputado federal (foi presidente da Câmara entre 2001 e 2002) e dois como governador (2003-2010). Ponto forte É quase uma unanimidade no PSDB, o que ajuda a amenizar o caráter paulista do partido. Tem experiência administrativa e encerrou o mandato de governador bem avaliado. Ponto fraco Está em uma espécie de limbo no Senado, longe do embate com os petistas. Tem imagem de playboy, reforçada pelo episódio em que foi apanhado em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro, em 2011.
  • José Serra (PSDB) Trajetória Foi ministro da Saúde e do Planejamento, além de deputado federal, senador, prefeito e governador de São Paulo. Aos 71 anos, é cotado como candidato em uma possível troca de partido. Ponto forte É um dos políticos mais experientes do país, com currículo tanto no Executivo quanto no Legislativo. Ainda carrega o recall de ter disputado a Presidência em 2002 e 2010. Ponto fraco Está desgastado pelas derrotas nas eleições presidenciais de 2002 e 2010 e, sobretudo, por perder para Fernando Haddad (PT) a disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2012.
  • Marina Silva (sem partido) Trajetória Foi senadora pelo PT do Acre durante oito anos. Em 2010, concorreu a presidente pelo PV e ficou em terceiro lugar, com 19,6 milhões de votos. Está com 54 anos e sem partido desde 2011. Ponto forte Aparece nas pesquisas como nome mais competitivo contra Dilma. Tem baixo índice de rejeição e carrega boa imagem da participação na eleição de 2010. Ponto fraco Deve apostar na formação de um novo partido, que precisa ser formalizado até outubro. Com pouco tempo, a nova legenda dificilmente terá alcance nacional.
  • Eduardo Campos (PSB) Trajetória Aos 47 anos, já foi deputado estadual, federal e ministro da Ciência e Tecnologia. Está no segundo mandato como governador de Pernambuco. É aliado do governo Dilma. Ponto forte É o nome com mais potencial dentro de um possível quadro de oposição moderada aos petistas. Tem grande popularidade no Nordeste e é visto como empreendedor. Ponto fraco Ainda é um candidato regional, sem alcance no Sul e no Sudeste. Não definiu se rompe com o governo Dilma ou se permanece alinhado à presidente para se candidatar em 2018.
  • Randolfe Rodrigues (PSol) Trajetória Exerceu dois mandatos como deputado estadual pelo Amapá. Elegeu-se senador em 2010 e, como primeiro ato do mandato, concorreu à presidência do Senado contra José Sarney (PMDB). Ponto forte Aos 40 anos, é o senador mais jovem do país e tem se destacado pela independência e por encampar o discurso de combate à corrupção. Ponto fraco Tem alcance político apenas no Norte do país. É de um partido pequeno, à esquerda do PT, sem infraestrutura para ampliar esse potencial.

Enquanto a presidente Dilma Rousseff intensifica a entrega de obras pelo país, afaga aliados como o PDT e o PR e atrai o "indeciso" PSD, o futuro da oposição em 2014 é obscuro. Embora exista consenso sobre a estratégia de lançar o maior número possível de candidatos para tentar levar a disputa contra os petistas para o segundo turno, apenas Aécio Neves (PSDB) desponta como nome certo na corrida eleitoral – ainda assim, com restrições dentro do próprio partido. A ex-senadora Marina Silva sofre para criar sua nova legenda, a Rede Sustentabilidade, enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), evita se lançar oficialmente.

SLIDE-SHOW: Confira os nomes cotados para disputar a eleição de 2014:

As incertezas se refletem na falta de um discurso unificado para se contrapor à gestão Dilma. Eleito ontem presidente nacional do PSDB, Aécio tem sido criticado por manter uma atuação pouco combativa no Senado. Uma das exceções foi um discurso feito em fevereiro, quando enumerou 13 erros do PT no Palácio do Planalto e disse que "falta humildade" aospetistas para comandar o país.

Ao mesmo tempo, Campos tem usado como lema o "fazer mais", mas também evita um embate direto com a presidente. Como Aécio, concentra esforços em temas como o baixo crescimento da economia e o aumento da inflação. Já Marina continua na trilha de 2010, quando apostou em uma campanha alheia à política tradicional e chegou ao terceiro lugar, com 19,33% dos votos.

Sem discurso

"Podemos nos preparar para uma disputa praticamente sem discurso de oposição", avalia o cientista político Antonio Flávio Testa, da Universidade de Brasília. Segundo ele, só uma virada mais drástica na economia mudaria essa perspectiva. "Oposição mesmo só dá para esperar dos radicais de partidos nanicos como o PSTU."

A falta de uma postura crítica desde já vai custar caro para os oposicionistas, segundo o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB). "Não me parece uma estratégia muito inteligente não termos pelo menos um candidato de contestação. O que temos hoje são vários nomes indo pelo mesmo caminho, apenas dividindo votos entre si e preservando a candidatura situacionista", diz o parlamentar.

Defensor das prévias para a escolha do candidato tucano para 2014, Alvaro acabou sendo atropelado internamente. Segundo ele, Aécio adotou um modelo "autoritário" que terá reflexos na campanha. "O mais importante para ele não é nem buscar aliados fora, mas consolidar o PSDB."

Se a eleição fosse hoje, os tucanos contariam com pelo menos três aliados a menos em relação a 2010, quando José Serra contou com DEM, PTdoB, PPS e PMN na coligação. PPS e PMN, que estão em processo de fusão para formar a Mobilização Democrática, já sinalizaram a adesão à campanha de Campos. O PTB aderiu à base de apoio de Dilma e não deve sair.

Segundo-secretário nacional do PSDB durante a gestão 2011-2013, o deputado federal paranaense Alfredo Kaefer minimiza as dissidências internas, mas aponta outro problema. "O que o Aécio realmente precisa é viajar o país, se tornar conhecido, conversar com a população", diz. Mesmo assim, na comparação com Dilma, o tucano sai atrasado – e sem ter o que inaugurar em cada visita.

Tucano prioriza comunicação e caravanasAgência Estado

Eleito neste sábado presidente nacional do PSDB e já de olho nas eleições para o Palácio do Planalto em 2014, o senador mineiro Aécio Neves anunciou que pretende implantar uma reforma interna para ampliar o diálogo do partido com a sociedade. As mudanças terão como base dois eixos: reformulação do sistema de comunicação e realização de caravanas a cada 15 dias, a partir do mês de julho.

"Esse é um dos grandes desafios. O PSDB tem de se reconciliar a setores da sociedade que já foram muito próximos de nós e que hoje não estão tão próximos. Vamos profissionalizar a comunicação, trabalhar em rede. Vamos conectar a nossa militância, unificar o nosso discurso. Hoje o partido existe, mas de forma dispersa, sem conexão. Vamos alimentar as nossas bases", disse Aécio.

Segundo o deputado federal e presidente estadual do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, a comunicação do partido será concentrada em Aécio. "Vamos corrigir o que vínhamos fazendo para não termos uma difusão tão grande do ponto de vista dos personagens. O Lula amadureceu como representante do PT quando passou a ter toda a comunicação voltada para ele", afirmou Pestana.

A comunicação do partido, disse Pestana, deverá se ancorar em três eixos: experiências de gestão do PSDB; críticas com foco exclusivo ao governo da presidente Dilma Rouseff (PT), colocando os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso como parte do história política, ou seja, no passado; e visão de futuro que vai ser construída com a legenda. O marqueteiro Renato Pereira, que já realizou as campanhas do PMDB no Rio de Janeiro, foi escalado para conduzir os trabalhos.

Caravanas

Em outro plano de ação na área da comunicação, Aécio disse que a partir de julho começará a viajar pelo Brasil com o objetivo de montar um programa partidário que deverá ser divulgado no mês de dezembro. "A ideia é que, a partir de julho, nós tenhamos, pelo menos quinzenalmente, uma agenda para mostrar o Brasil real, até para contrapor ao Brasil virtual, da propaganda", afirmou.

"Esse é o ano de nos reencontramos com os brasileiros de todas as regiões", acrescentou. Questionado sobre o clima interno no PSDB para a convenção, Aécio disse que a legenda vive um momento único de união. "O partido está vivendo um ótimo momento de unidade, de solidariedade. Não me lembro, desde a fundação, de outro momento de tanta convergência em torno de um projeto."

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