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Rosângela Semprebom foi presa em 20 de março pelo Gaeco durante Operação Publicano. | Arquivo/Jornal de Londrina
Rosângela Semprebom foi presa em 20 de março pelo Gaeco durante Operação Publicano.| Foto: Arquivo/Jornal de Londrina

Além do auditor fiscal Luiz Antonio de Souza, outras pessoas da família dele, como a irmã e também auditora Rosângela Semprebom, firmaram acordo de delação premiada junto ao Ministério Público (MP). Irmãos, esposa, sogra e até mesmo a mãe do auditor prestaram depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A informação foi confirmada pelo advogado do auditor, Eduardo Ferreira, em entrevista à RPC TV nesta segunda-feira (1º).

Dentro desses acordos, a devolução de parte do patrimônio amealhado por Souza por meio de propina foi proposta pela defesa. O advogado pediu a alienação antecipada de bens do auditor. Na prática, o valor das duas propriedades rurais localizadas no Mato Grosso, estimado em R$ 20 milhões, deve ser devolvido aos cofres públicos. Além das fazendas, “outros procedimentos financeiros devem ser contemplados para a compensação do estado”, disse o advogado, sem detalhar quais seriam tais procedimentos.

Primeiro a falar

Souza foi o primeiro auditor a fechar acordo de delação premiada nas investigações da Operação Publicano. Ele revelou informações sobre um suposto esquema de arrecadação de R$ 2 milhões em propina para alimentar a campanha do governador Beto Richa (PSDB) à reeleição. O governador nega. Contra o auditor também pesam investigações sobre abuso sexual de menores. Segundo o advogado Eduardo Ferreira, “não havia motivo nenhum para que o membro maior da família fizesse [acordo de delação premiada] e os demais não”. Todos estariam cobertos por acordos individuais, segundo ele.

O advogado confirmou que Rosângela trouxe vários casos novos às investigações do Gaeco. “Além dos já detalhados pelo irmão e corroborados pelo depoimento dela, ela trouxe novos elementos ao MP que estão sendo investigados. Novas pessoas, novas empresas, novos empresários, novos fatos, novas situações fáticas trazidas que o irmão não tinha trazido até então”, declarou.

Sobre a construção de provas, Ferreira explicou que tal tarefa cabe ao MP, e não à defesa. Mas ele disse acreditar que o Ministério Público “tem sido pródigo em encontrar elementos documentais sobre tudo aquilo que já foi dito”.

Próximos passos

Procurado pela reportagem, o promotor do Gaeco Jorge Barreto disse não poder dar detalhes sobre os acordos de delação premiada. Caso comentem o caso, explicou Barreto, as eventuais provas obtidas durante as investigações poderiam ser anuladas.

O promotor disse apenas que os próximos passos dentro da Operação Publicano devem levar mais algum tempo. “Estamos aguardando os prazos para a manifestação das defesas dos auditores. Como são mais de 60, isso vai demorar um pouco”, disse. Novos fatos trazidos ao Gaeco depois da oferta da denúncia à Justiça também estão sendo investigados, garantiu o promotor.

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