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O promotor de justiça Rodrigo Regneir Chemim Guimarães durante entrevista coletiva sobre o caso do deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho que matou duas pessoas em um acidente de transito em Curitiba | Rodolfo Buhrer / Gazeta do Povo
O promotor de justiça Rodrigo Regneir Chemim Guimarães durante entrevista coletiva sobre o caso do deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho que matou duas pessoas em um acidente de transito em Curitiba| Foto: Rodolfo Buhrer / Gazeta do Povo

Câmara Municipal discute acidente

A Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Câmara Municipal de Curitiba se reuniu na tarde desta quinta-feira (14) com os familiares de Gilmar Yared, morto em um acidente automotivo que matou outro rapaz e deixou o deputado Fernando Ribas Carli Filho gravemente ferido. Os parlamentares devem elaborar nos próximos dias um relatório com vários supostos erros das autoridades policiais e médicas no atendimento do acidente.

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Depoimentos de testemunhas e provas materiais não deixam dúvidas de que o deputado Fernando Ribas Carli Filho (PSB) dirigia em alta velocidade e apresentava sinais evidentes de embriaguez, segundo disse na tarde desta quinta-feira (14) o promotor de Justiça Rodrigo Chemim. Carli Filho teria consumido quatro garrafas de vinho em companhia de amigos antes de dirigir, afirmou o promotor.

Foi a primeira vez que Chemin falou publicamente sobre o acidente da semana passada envolvendo o parlamentar. De acordo com ele, que foi designado pelo Ministério Público Estadual (MPE) para acompanhar as investigações, imagens das câmeras de segurança de um posto de gasolina registraram o momento em que o carro do deputado se chocou com o Honda Fit - no qual estavam os dois rapazes que morreram -, que vinha em baixa velocidade após fazer uma curva. A gravação ainda descarta qualquer possibilidade de que um racha estivesse sendo disputado.

Até esta tarde, nove testemunhas tinham sido ouvidas. Segundo os garçons que serviram Carli Filho no restaurante onde ele esteve poucas horas antes do acidente, o parlamentar jantou com o tio e também deputado estadual Plauto Miró (DEM) e, em seguida, se juntou a grupo de amigos que estava em outra mesa. Até o momento em que deixou o estabelecimento, Carli Filho bebeu quatro garrafas de vinho - não se sabe se sozinho ou com os amigos - e demonstrava estar embriagado. "Mas todas as evidências deixam claro que o deputado estava embriagado e dirigindo em velocidade excessiva."

Depoimentos dos policiais militares que atenderam o acidente e o relatório emitido pelos bombeiros do Siate também apontam a embriaguez do deputado. Todos esses documentos já estão anexados ao inquérito.

Para ter também uma prova material a partir de dosagem alcoólica, o promotor disse que o Hospital Evangélico garantiu que ainda guarda amostras de sangue do parlamentar colhidas no dia do acidente. O Instituto Médico Legal é quem irá determinar se o material ainda tem condições de ser analisado. "Independente disso, as testemunhas já são uma prova que confirma a embriaguez", declarou. "Até porque, ninguém é obrigado a produzir provas contra si, e essa prova (exame de dosagem alcoólica) pode ser questionada no Tribunal."

Uma moradora da região e o motorista de um carro que vinha logo atrás do Honda Fit viram o acidente e afirmaram que o deputado dirigia em alta velocidade.

Essa última testemunha disse, também, que o carro de Ribas Carli saiu do solo antes de bater no outro veículo. "As imagens do posto de gasolina são de baixa qualidade para termos detalhes da batida", informou. De acordo com Chemin, a perícia constatou que o velocímetro do Passat dirigido por Carli Filho está zerado e, por isso, ele segue atrás de informações técnicas que possam confirmar a velocidade desempenhada pelo deputado no momento do acidente.

O promotor disse que as imagens dos radares próximos ao local da colisão não indicam que o parlamentar tenha passado pela Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi. "Já solicitei à Urbs um tempo maior de gravações, já que aquele é o caminho por qual o deputado passou até a batida", disse.

Chemin não estipulou prazo para a conclusão do caso. Segundo ele, o inquérito está em estágio avançado.

Acidente

A colisão aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski na madrugada de quinta-feira (7). O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros.

Reportagem da Gazeta do Povo revelou que Carli Filho teve a carteira de motorista cassada em razão do excesso de multas - a maioria por excesso de velocidade.

A família Yared pediu a cassação do mandato do deputado. A Assembleia Legislativa deve analisar a solicitação nos próximos dias.

Ninguém da família do deputado comenta o acidente.

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