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A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia | Fellipe Sampaio/SCO/STF/Arquivo
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia| Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF/Arquivo

As conversas entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a definição do novo relator da Lava Jato na Corte tiveram início nesta segunda-feira (23). A presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia, conversou os colegas para consultar sobre o assunto. Ela precisará decidir quem vai herdar a investigação, que ficava a cargo do ministro Teori Zavascki, morto na semana passada em um acidente de avião. O presidente Michel Temer (PMDB) já informou que só anunciará o nome do novo ministro que irá compor a Corte após a definição do Supremo sobre o novo relator da Operação Lava Jato na Corte.

Além das conversas com os colegas de tribunal, Cármen se reuniu com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Oficialmente, ele foi “prestar condolências” à presidente da Corte. Nos bastidores, Janot tem revelado preocupação com o futuro da Lava Jato e principalmente com a homologação das delações da Odebrecht, que se encontram em compasso de espera.

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Cármen avalia a possibilidade de autorizar que a equipe de juízes auxiliares que recebeu delegação de Teori para trabalhar nas delações durante o recesso continue esse processo durante a próxima semana. Estavam previstas para essa semana audiências dos juízes com os 77 delatores da empreiteira, para confirmar se os acordos com o Ministério Público foram fechados de forma espontânea.

A expectativa é de que Cármen tome decisões sobre o assunto - tanto sobre a continuidade das audiências no caso da delação da Odebrecht como sobre o futuro da Lava Jato - nos próximos dias. Ela conversou com os ministros sobre as possibilidades e ouviu a opinião dos colegas.

Ministros ouvidos pela reportagem reservadamente mostram opiniões distintas sobre o assunto. Há parte que defende que o novo relator da Lava Jato deve ser definido em um sorteio entre todos os integrantes da Corte. Há ainda uma corrente que entende que o sorteio deve ser restrito à Segunda Turma do Tribunal, da qual Teori fazia parte. Outros ministros avaliam que o regimento da Corte indica que o revisor do caso é que deve assumir as ações. Neste caso, o revisor da Lava Jato na Segunda Turma é Celso de Mello. Já no plenário é o ministro Luís Roberto Barroso.

Além de receber Janot e telefonar aos ministros, Cármen passou boa parte da tarde no gabinete do ministro Teori e conversou com os assessores dele, incluindo o juiz-auxiliar Márcio Schiefler.

Ainda não é certo se Cármen Lúcia comparecerá à missa de sétimo dia de Teori Zavascki, que será realizada nesta quarta-feira (25) em Porto Alegre (RS), a pedido da família do ministro. A ministra decidiu dispensar a tradicional sessão solene de abertura de trabalhos do Judiciário no ano, que ocorre no dia 1º de fevereiro. Em razão da morte de Teori, haverá apenas a realização de homenagens na primeira sessão plenária de 2017.

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