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Defesa de Nestor Cerveró reclamou da rapidez com que o juiz Sergio Moro proferiu a sentença. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Defesa de Nestor Cerveró reclamou da rapidez com que o juiz Sergio Moro proferiu a sentença.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão, em regime inicialmente fechado, e a pagar multa de R$ 543 mil pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão foi proferida nesta terça-feira (26) pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato.

irmã de youssef

O PMDB quer convocar na CPI da Petrobras a irmã do doleiro Alberto Youssef, Olga Youssef, para falar sobre supostas transações financeiras feitas no exterior em parceria com o pivô da Lava Jato. O requerimento será apresentado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ). O partido também quer a quebra de sigilo das filhas de Youssef. O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), disse suspeitar que Olga possa ter sido uma “ponte” para que Youssef mandasse dólares para o exterior. “Existem fortes indícios de que ele tenha muitas contas no exterior.”

Cerveró é acusado de esconder dinheiro obtido com propina da Petrobras com a compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio de Janeiro, avaliado em R$ 7,5 milhões. Ele está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde janeiro.

Moro revoga multa imposta a advogado

  • são paulo

O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, revogou multa de R$ 43.340 imposta ao advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. A sanção obrigava o criminalista a pagar 55 salários mínimos por “abandono” do processo.

Moro havia dado prazo até o final da quinta-feira (21) para que a defesa do ex-diretor apresentasse suas alegações finais nos autos em que Cerveró foi denunciado por lavagem de dinheiro – as alegações finais foram apresentadas nesta segunda-feira (25).

“[...] Considerando que os dois defensores, inclusive o original, finalmente apresentaram as alegações finais, resolvo revogar a multa imposta ao defensor pela decisão de 22/05/2015, já que o retorno, ainda que tardio, significa que não abandonou o feito. Portanto, revogo a multa imposta pela decisão de 22/05/2015, apesar da manutenção do juízo de censura pelo comportamento processual questionável”, decidiu Moro.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Cerveró seria proprietário da empresa offshore Jolmey S/A, sediada no Uruguai, que usaria para lavar ativos recebidos da estatal. Foi a Jolmey do Brasil, uma “filial” da empresa uruguaia, que comprou o apartamento, o reformou (por R$ 690 mil) e depois alugou para Cerveró. O aluguel do imóvel, praticado até abril de 2014, era de R$ 3,6 mil mensais. O valor é considerado abaixo do praticado no mercado.

A lavagem, segundo o MPF, envolve a quantia de pelo menos R$ 2,4 milhões, “representados pelos três créditos identificados em reais na conta da Jolmey do Brasil”.

Na decisão, Moro diz que Cerveró, como diretor da Petrobras, tinha “salário substancial” e, portanto, “não tinha qualquer necessidade econômica de enveredar pelo mundo do crime”. Por fim, Moro diz que isso indica “ganância excessiva”. Já o MPF citou “ganância injustificável”.

Logo após a decisão, o MPF solicitou à Justiça para aumentar a pena de Cerveró para nove anos e quatro meses, e a multa para R$ 905 mil. Também foi pedido para que ele não possa ocupar cargos públicos ou ser membro do conselho de administração ou de gerência de pessoas jurídicas pelo dobro do tempo estipulado na pena. Moro ainda não decidiu sobre os pedidos.

No requerimento, a procuradoria também afirma que a sentença diz respeito a apenas um dos supostos crimes que teriam sido cometidos por Cerveró. O MPF cita como exemplo o suposto beneficiamento por propina da refinaria de Pasadena ( EUA).

O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou as acusações e disse que ficou “surpreso” com a rapidez da decisão de Moro. “A decisão foi dada 15 horas depois das alegações da defesa, que foi entregue na segunda-feira à noite”, disse.

Executivo confirma propina de R$ 110 milhões

  • BRASÍLIA

O ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, confirmou à CPI da Petrobras que foram pagos R$ 110 milhões em propina entre 2007 e 2012. Segundo ele, a propina alimentou campanhas políticas e os operadores do esquema ganharam poder ao evitar a relação direta entre empreiteiras e políticos. “Os operadores faziam questão de nos alijar do contado com os políticos”, disse.

Leite contou que após deixar a Petrobras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa foi contratado pela Camargo Corrêa para prestar consultoria de um dia e que recebeu R$ 6 mil. A empreiteira tinha interesse em informações estratégicas da estatal para os próximos 20 anos. Os valores pagos a Costa chegaram a ser aditados para “pagamento de propina pendente”. O executivo disse que a falta de projetos básicos adequados levou a Petrobras a fazer aditamentos contratuais, o que seria um dos fatores de prejuízo para a estatal. “Isso gera essa confusão que em algum momento será acertado através de aditivos”, explicou.

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