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Cerveró voltou para a Polícia Federal por questões de segurança. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Cerveró voltou para a Polícia Federal por questões de segurança.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi ouvido nesta segunda-feira (30) para a homologação do acordo de colaboração premiada. O procedimento padrão foi realizado na Justiça Federal de Curitiba. Um juiz instrutor do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki veio ao Paraná para ouvir Cerveró.

De acordo com o advogado Beno Brandão, que representa o ex-diretor, o objetivo da oitiva era “apenas para dizer se é de livre e espontânea vontade” que Cerveró firmou o acordo. A audiência não contou com a presença de representantes do Ministério Público Federal.

A oitiva durou cerca de duas horas. Ao sair da audiência a advogada Alessi Brandão, que também representa Cerveró, disse que não poderia dar detalhes do depoimento. Ela disse que Cerveró foi ouvido apenas para determinar se ele teria sido coagido a prestar os depoimentos aos investigadores. Alessi também informou que o acordo “está bem encaminhado”.

A homologação do acordo pelo STF deve sair nos próximos dias. Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Ele foi transferido, por questões de segurança, do Complexo Médico Penal, em Pinhais, depois que vieram à tona as suspeitas de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) – preso na última quarta-feira (25) – estaria tentando embaraçar as investigações da Operação Lava Jato ao tentar evitar que Cerveró firmasse um acordo de colaboração premiada.

O ex-diretor foi preso em janeiro deste ano ao desembarcar no Rio de Janeiro de uma viagem a Londres com a família. Ele é acusado de receber propina para facilitar contratações na Diretoria Internacional da Petrobras. Cerveró já foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro em dois processos da Lava Jato. Em uma das sentenças ele foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção na Petrobras. Moro também condenou o ex-diretor a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um segundo processo.

Em seus depoimentos de colaboração premiada, há a expectativa de que o ex-diretor cite políticos com mandato, como o senador Delcídio Amaral (PT). Por envolver pessoas com prerrogativa de foro, o acordo deve ser homologado pelo STF. Cerveró também pode dar detalhes sobre a polêmica compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que segundo as investigações trouxe prejuízos à Petrobras.

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